Governador Civil denuncia medo entre os consumidores

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Ter, 16/03/2010 - 11:33


Há medo entre os consumidores em denunciar situações de incumprimento, sobretudo em serviços do Estado. Isso mesmo é assumido pelo próprio Governador Civil de Bragança à margem de uma acção de rua que pretendeu chamar a atenção para os direitos do consumidor.

“Admitimos que muito consumidor, de bens públicos, por vezes tem algum receio de fazer as denúncias do que é um serviço mal prestado. Mas enquanto consumidores devemos alertar para isso”, refere.

Jorge Gomes sublinha que há poucas reclamações no distrito mas, mesmo assim, tem havido alguns processos relacionados com os direitos de autor.

“É algo que é muito complexo e muitas vezes as pessoas não cumprem a lei por desconhecimento”, acredita. “Põe música nas suas lojas mas esquecem-se que precisam de uma autorização específica, pagar um valor, que não é muito, mas que serve para proteger os criadores”, explicou. No entanto, sublinha que “não tem havido muitas queixas dos consumidores”.

Luísa Tristão foi uma das transeuntes abordadas nesta acção de rua promovida pelo Governo Civil de Bragança e admite que as pessoas sentem-se pouco à vontade a fazer reclamações.

“Acho que sim, porque as pessoas não se sentem à vontade”, explica. Mas, mesmo assim, aproveitou para reclamar: “sobre os autocarros para o novo centro de saúde. São péssimos. Não se pode estar na paragem, é só sol e frio. E as pessoas idosas e deficientes têm de subir uma rampa para apanhar o autocarro”, refere, dizendo até já ter falado com a directora do centro de saúde sobre esta questão.

Já Agostinho Fonseca, outro dos transeuntes que foi espreitar a origem da movimentação na praça Cavaleiro Ferreira, em Bragança, prefere abordar directamente os comerciantes do que fazer reclamações.

“Vou direito à pessoa e reclamo directamente. Não quero criar problemas a ninguém. Fi-lo uma vez e arrependi-me, porque me vieram pedir desculpa e dizer que tiveram de pagar uma multa. Foi num restaurante”, revela. Nestes casos, “só há uma coisa a fazer, que é não voltar lá”.

Nesta acção de rua foram entregues 500 guias do consumidor, para além de camisolas e lâmpadas de baixo consumo.

Escrito por Brigantia