Sex, 14/03/2008 - 15:59
O projecto, que agora está em fase de apreciação, passou pelas mãos de Eurico Pereira, geólogo e professor na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. “Eu alertei para os cuidados a ter com a construção da estrada sobre a falha da Vilariça” afirma o especialista garantindo que se o IP2 passar na zona projectada, será necessário gastar milhares de euros, para além do real valor da obra para pois “tem custos elevados de drenagem e de acautelar o que possa amortecer qualquer pequeno sismo” numa zona onde se verificam permanentemente “que apesar de serem de baixa magnitude acabam por se repercutir nas construções que tem subjacentes”, refere.
O exemplo dos efeitos da falha da Vilariça, ainda que em menores dimensões, está à saída da cidade de Macedo, na estrada nacional para Mogadouro, onde por muitos esforços que haja, o pavimento está sempre desnivelado e quebrado. “Ao passar numa zona baixa a seguir a um restaurante, o carro dá sempre um salto” diz Eurico Pereira lembrando que “aí a estrada esteve sempre estragada, não conseguem tê-la direita porque é zona de passagem da falha da Vilariça”.
Segundo este geólogo, há mais exemplos de falhas que não foram tidas em conta na região, como a de Verin-Régua, que passa às portas da cidade de Vila Real, onde o IP4 tem sucessivos arranjos e onde há prédios de habitação que, mais tarde ou mais cedo, vão mesmo sofrer as consequências da má localização.
O mais recente estrago desta falha data de 2001, quando algumas vinhas do Alto Douro Vinhateiro foram varridas.
Por isso mesmo, Eurico Pereira alerta para os cuidados a ter sobre a construção do IP2 em cima da falha da Vilariça.