Formar reclusos para a vida activa

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Seg, 21/04/2008 - 08:29


Tentar incutir aos reclusos a necessidade de formação para facilitar a integração social e no mercado de trabalho no fim da pena, Foi com este objectivo que se realizaram no Estabelecimento Prisional de Bragança as primeiras Jornadas de Educação no Contexto Prisional. Cerca de 60 reclusos dos Estabelecimentos Prisionais de Bragança e Izeda frequentam seis cursos de formação relacionados com competências pessoais, num universo de 340 detidos.

“As pessoas têm competências e têm todo o direito de aumentar o seu nível de escolaridade e de profissionalização” Mário Torrão, o director dos estabelecimentos prisionais. No entanto, nem todos se motivam a apostar na formação sobretudo os mais velhos e com menos qualificações. “É muito difícil sobretudo para aqueles que têm mais idade e nem têm a 4ª classe é muito difícil incentivá-los”.

Ainda assim, encontram-se casos de sucesso.

Um recluso do Estabelecimento Prisional de Bragança está a tirar a licenciatura em Educação Física, na Escola Superior de Educação de Bragança.”São raros mas são bons para dar o exemplo a outros porque em Izeda há sete indivíduos que se querem candidatar ao ensino superior”, adianta.

Paulo Neves, um recluso do EP de Bragança é um dos que decidiu apostar na formação e quer fazer o 12º ano. “Entrei com o 6º e agora ando a fazer o 9º e devemos aproveitar esta oportunidade o máximo possível até chegar ao 12º” afirma. “Se continuar aqui preso quero continuar” garante.

Este recluso acredita que com os estudos alcançados durante o cumprimento da pena pode encontrar trabalho mais facilmente quando sair em liberdade.