Qui, 19/12/2024 - 09:51
Entre hoje e amanhã, os serviços das finanças estão encerrados devido à greve nacional convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos.
Para Gonçalo Rodrigues, porta-voz do movimento e presidente do sindicato, esta é uma oportunidade para os trabalhadores da AT demonstrarem o seu descontentamento relativamente a desvalorização salarial. “As nossas principais reivindicações têm a ver com a valorização das nossas autoridades e o reconhecimento estrito regime de incompatibilidades que temos, que é praticamente um regime de exclusividade. Para além disto, temos gravíssimos problemas de falta de pessoal a todos os níveis, mas sobretudo no atendimento, no apoio às famílias e às empresas, os colegas dos serviços de finanças vivem sufocados, não conseguem dar vasão e têm problemas gravíssimos de burnout, para além de algum assédio laboral. O que nós pretendemos é que nos dêem condições para nós trabalharmos”, apontou.
Hoje vai ainda decorrer uma manifestação em Lisboa, com destino à Assembleia da República. Gonçalo Rodrigues acredita que esta é a maior manifestação de sempre dos trabalhadores das Finanças, com autocarros de todos os pontos do país a rumarem até à capital.
No entender do presidente do sindicato, o Governo tem de garantir aos trabalhadores destes serviços que a norma prevista no Orçamento de Estado para 2025 será cumprida. “Houve uma proposta do Bloco de Esquerda que foi aprovada por unanimidade no sentido de que as carreiras têm de ser revistas e valorizadas no primeiro semestre de 2025. É uma norma programática, o Governo pode cumpri-la ou não e isto não nos dá nada, isto deixa-nos completamente no vazio, porque as outras carreiras já foram valorizadas em 2023 e 2024, nós já estamos dois anos atrasados”, criticou.
No entanto, em Bragança, os serviços das Finanças estão a funcionar com normalidade. Alguns dos utentes não faziam ideia que os trabalhadores dos impostos estariam em greve e quando chegaram foram atendidos "sem qualquer constrangimento", mas não deixaram de reparar no número reduzido de pessoas que ali estavam.
“Não fazia a mínima ideia porque não vi nenhum documento. Notei pouca afluência de utentes, mas fui normalmente atendido”, disse uma das pessoas que foi até às Finanças. “O senhor chamou-me e disse que não podia pagar aqui e que tinha de ir aos correios. Fez-me este papel e vou pagar. É só isso”, referiu outro dos utentes atendido.
Alguns dos trabalhadores da AT queriam ter prolongado a greve até ao início do próximo ano, mas o sindicato entendeu que seria melhor realizar uma paralisação de dois dias consecutivos. Assim, esta greve sucede à reunião, realizada na passada terça-feira, que resultou no encerramento dos serviços da AT em Bragança e noutras regiões do país.
Escrito por Brigantia