Feiras tradicionais perdem visitantes e dinheiro

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Seg, 17/08/2009 - 10:23


Falta dinheiro e falta gente às feiras que por esta altura vão animando aldeias e cidades do Nordeste Transmontano.  

Em Macedo de Cavaleiros foi a crise a afectar a Feira de Antiguidades e Velharias, que decorreu este fim-de-semana, como se queixa Augusto Monteiro, de Espinho.

 “Um bocadinho fraco, mas é normal, com a crise. Não é só aqui, é por todo o lado. Faço feiras por todo o país e é igual em todo o lado.”

Já Rabal, uma aldeia do concelho de Bragança, organizou pelo sétimo ano consecutivo a feira de produtos da terra. Mas também aqui os 18 expositores lamentavam a falta de dinheiro a circular.

 

“Ui, muito fraca este ano. Há pouca gente, sei lá. No ano passado foi muito melhor. Este ano, não há dinheiro”, queixa-se Maria Alice Pires, de 79 anos. Já Conceição Rodrigues, de 74, que entre os produtos da terra também vende filhós, partilha os mesmos lamentos. “A feira não está muito animada. Há menos gente. Já vendi cebolas e abóboras, mas agora já toda a gente tem destes produtos e não se vendem”, explica.

 Por outro lado, Violante dos Reis vende carteiras “feitas com sacos de café” e chega a ter encomendas “do Algarve”. Mas, apesar de até ter vendido “umas nove ou dez”, queixa-se que “a feira está mais fraca do que no ano passado”.

 No entanto, Paulo Hermenegildo, o presidente da junta de freguesia, tem uma explicação para o decréscimo deste ano.

 

“Até temos mais quatro expositores do que no ano passado mas temos menos gente, talvez devido a algumas festas particulares que há este ano na freguesia, como o casamento de uma família grande.”

 

Mesmo assim, o investimento no regadio, com a construção de cerca de cinco quilómetros de agueiras, já permitiu aumentar a produção e alguns agricultores vendem já os seus produtos biológicos em mercados e mesmo a cantinas públicas.

Escrito por Brigantia/CIR