Sex, 02/05/2025 - 09:15
Esta é uma das feiras mais antigas do distrito. Conta com quase 400 expositores de todo o país, mas a cantarinha da cidade de Bragança só é feita por Maria de Lurdes Barros.
“É cantarinha dos namorados, que se oferecia antigamente, quando era só um dia de feira, a 3 de maio. Um rapaz gostava de uma rapariga e quando vinha à Feira das Cantarinhas oferecia sempre uma cantarinha e já se sabia o significado”, explicou Maria de Lurdes.
A tradição é bem conhecida por Bragança e ainda há quem a mantenha. “Acho que as pessoas ainda compram para oferecer”, acrescentou.
No concelho de Bragança, apenas duas mulheres, já idosas, ainda fazem as cantarinhas. Uma delas é Maria de Lurdes Barros que faz as tradicionais de Bragança. Já trabalha o barro há quase 30 anos, mas lamenta que ninguém queira pegar no ofício. “As pessoas não gostam muito de trabalhar, porque o barro suja muito. Tenho 74 anos e estou sempre a pensar que se calhar para o ano já não faço, mas enquanto puder vou sempre fazer. Às vezes digo para a minha filha para começar a fazer as cantarinhas, mas não quer”, contou.
A continuidade da cantarinha de Bragança pode mesmo estar em causa, se nada for feito. “Quando deixar de fazer a cantarinha de Bragança não há ninguém”, lamentou.
As cantarinhas de Pinela são também um dos símbolos identitários desta aldeia do concelho de Bragança. São feitas apenas por Julieta Alves que, este ano, pela primeira vez, não marcará presença na Feira das Cantarinhas devido a questões de saúde.
A Feira das Cantarinhas vai decorrer até domingo na Praça Camões e nas ruas próximas. Este ano com uma rua dedicada aos produtos endógenos da região.
Escrito por Brigantia