Família de Alijó acusa bombeiros de recusarem prestar socorro

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Qui, 27/08/2009 - 09:58


Uma família de Carlão, Alijó, acusa os Bombeiros Voluntários de Murça de se terem negado a socorrer uma idosa com problemas de saúde.

A corporação recusa culpas e alega que poderá ter havido um mal entendido.

No passado sábado, cerca das nove horas das manhã, Bráulio Carqueja, morador em Carlão, recebeu uma chamada de Porrais, Murça, dando-lhe conta que a sua mãe, de 71 anos, estava muito mal, por causa de um quisto na coluna que rebentou.

Quando chegou a casa da mãe, diz que ficou atrapalhado e que por isso decidiu transporta-la directamente ao hospital.

“Quando cheguei lá e vi o estado em que estava meti-a no carro para a levar para o hospital. Andei dois ou três quilómetros e não consegui andar mais porque não parava com as dores e quase desmaiava. Liguei ao INEM, estive a falar com os paramédicos que me reencaminharam para os bombeiros de Murça, para virem ao meu encontro. Mas a preocupação dos bombeiros era saber quem ia pagar o serviço. Ainda insisti até Murça mas como não vinha ninguém meti-me no IP4 e fui para o hospital.” 

Bráulio Carqueja não voltou a ligar a pedir socorro, o que leva o comandante dos bombeiros de Murça, Joaquim Teixeira, a dizer que devia ter pouca rede de telemóvel quando efectuou a chamada.

De resto, afirma que as ambulâncias para casos não urgentes só saem se alguém se responsabilizar pelo pagamento do serviço.

“Desde que os centros de saúde fecharam que temos dívidas de mais de três mil euros de serviços para particulares, A operadora tem ordens de perguntar sempre quem se responsabiliza pelo pagamento do serviço, já que o CODU diz que não é uma situação de emergência. Mas o senhor devia estar numa zona sem rede porque quando lhe fez a pergunta pela segunda vez a chamada foi abaixo.”

 

O queixoso adianta ainda que foi ao quartel do bombeiros de Murça pedir o livro de reclamações e que não lhe foi disponibilizado.

“Passei pelos bombeiros para reclamar. A menina disse que não tinha chaves. Dirigi-me à GNR, que foi comigo aos bombeiros. Entretanto chegou o comandante, começou a falar e disse que se quisesse apresentar uma queixa teria de voltar segunda-feira. Virou costas e desapareceu.”

 

O comandante dos bombeiros diz que Bráulio Carqueja tem todo o direito a reclamar, mas que também deveria incluir a sua actuação durante este episódio.

“Acho que deviam começar a protestar contra eles próprios, especialmente o familiar que iniciou o transporte. Está em Alijó e desloca-se ao concelho de Murça e só quando a trás no carro é que liga para o 112, é um acto de irresponsabilidade. Ele devia ligar primeiro para o 112, para lhe poderem mandar prestar o serviço em condições. O livro de reclamações não é um apetrecho que esteja na parte operacional, está nos serviços administrativos, que não estão abertos à noite nem ao fim-de-semana.”

 

Bráulio Carqueja vai mesmo apresentar uma reclamação no Bombeiros Voluntários de Murça, segundo diz, para que situações semelhantes não se repitam.

Escrito por CIR