Falta de mão-de-obra pode ser combatida com contratação de pessoas de fora e salário justo segundo jornalista Camilo Lourenço

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Sex, 09/02/2024 - 09:09


A falta de mão-de-obra na região impede as empresas, muitas vezes, de crescer e se afirmar mas o problema tem solução

Camilo Lourenço, jornalista económico e docente universitário, não tem dúvidas de que ir buscar gente fora, nomeadamente pessoas que partilham a mesma cultura que nós, é a grande solução.

Ontem, em Bragança, Camilo Lourenço participou no Corporate Talks e defendeu que a falta de mão-de-obra é um problema a nível nacional e não apenas do Interior e é preciso apostar em formação e remuneração justa. “A primeira é ir buscar gente de fora, nem é preciso que sejam do Oriente. Nós temos países de expressão portuguesa que falam a nossa língua e que tiveram 500 anos de história em comum e conhecem a nossa cultura. É mais fácil ir buscar essas pessoas, porque falam a nossa língua, e dar-lhes formação, e este é o segundo ponto. O terceiro ponto disto tudo é pagar decentemente às pessoas, não é um salário fixo elevado, pode ser uma componente fixa e uma variável, em função do trabalho das pessoas até para estimular a produtividade”, explicou.

O jornalista saiu de Bragança muito bem impressionado com os exemplos que ouviu por parte dos vários empresários que participaram. Disse que o Interior é um território de oportunidades e sublinhou que os empresários lutam por não se limitarem a fazer negócio na região. Viver em Trás-os-Montes não atrasa a vida de quem queira sem empresário, bem pelo contrário. A falta de acessibilidades não é desculpa. Basta apenas ter conhecimento e atrevimento. “Não é isso que impede o aparecimento de boas ideias, o que faz a diferença nas boas ideias é o conhecimento e a boa vontade de correr riscos”, frisou.

Esta iniciativa foi organizada pela MB-UP Consultoria e segundo Mário Borges, CEO da empresa, também concorda que há pouca mão-de-obra e não tem dúvidas de que é mesmo necessário apostar na formação. “Devemos fazer um levantamento e canalizar as necessidades dos empresários para a formação. É importante que os empresários venham para estes encontros para dar a conhecer as suas dificuldades para que as associações e os empresários se possam juntar e possam fazer a avaliação das necessidades das profissões que fazem falta”, vincou.

E como esta, outras duas iniciativas vão ainda decorrer. “Este é o primeiro de três ciclos. Reunir as três associações de Bragança para que nós possamos aportar valor e crescer. E outro dos objectivos é dar a conhecer a região, porque nós somos bons, temos capacidades, temos produtos inovadores, temos serviços inovadores”, disse Mário Borges.

O Corporate Talks decorreu ontem, no Brigantia Ecopark.

Escrito por Brigantia

Jornalista: 
Carina Alves