Qua, 08/06/2011 - 09:23
“Esta posição assumida pela MTI foi extremamente penalizadora para o município e para o concelho porque começou aí a deitar por terra o projecto eólico que tinha sido uma grande conquista nossa em 2008” refere Aires Ferreira, acrescentando que “por muito que eu deseje o desenvolvimento económico do ferro o que é facto é que uma das contrapartidas da barragem é agora é-nos agora prejudicada por um empreendimento que não há qualquer garantia que num futuro próximo seja concretizado”. Aires Ferreira falava à margem de um debate sobre as minas de Trás-os-Montes, no Instituto Politécnico de Bragança. O autarca afirma que o parque eólico pode mesmo não avançar, devido ao parecer desfavorável emitido pela MTI, a empresa que detém a concessão para a prospecção de minério de ferro na serra do Reboredo, desde 2008. Já Carlos Guerra, consultor da MTI, apresenta uma versão diferente e garante que a empresa para a qual trabalha nada tem a ver com os entraves à instalação do parque eólico. “A empresa dos aerogeradores apresentou duas alternativas: uma que interferia com a jazida do minério de ferro e outra que não interferia, ou seja fora da área que estava concessionada à MTI” explica. “A própria empresa dizia no estudo de impacte ambiental que esta ultima solução ambientalmente mais vantajosa” acrescenta, salientando que “o próprio PDM de Moncorvo acautela o estatuto da área de depósitos minerais a proteger e diz que não pode ser autorizada nenhuma actividade que ponha em causa a exploração desde recurso”. No entanto, Aires Ferreira afirma que o PDM de Moncorvo ainda nem foi aprovado, devido ao parecer negativo da Direcção Geral de Energia e Geologia, por não salvaguardar os recursos geológicos. O autarca esclarece que se trata de 15 por cento da área do município, com vestígios de ferro e urânio, onde não é possível fazer nada devido a um projecto que ainda não se sabe se vai mesmo avançar.Aires Ferreira diz mesmo que o parque eólico e a exploração de ferro só não são compatíveis por “má vontade” da MTI.“O que nós achamos é que não é incompatível porque a eólica tem um período de vida útil de 20 anos e o ferro é uma exploração a 100. Numa jazida que nunca foi explorada e ali instalar aerogeradores que passados 25 anos são desmantelados a exploração de ferro ainda tem mais 75, isto é nitidamente má vontade e desrespeito pelos interesses locais” afirma o autarca.
Recorde-se que a MTI perspectiva voltar a explorar ferro nas minas de Moncorvo já em 2014.
Escrito por Brigantia