Estudo da Gulbenkian diz que o melhor lugar para envelhecer é em casa

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Qua, 16/03/2022 - 09:07


Um estudo da Fundação Calouste Gulbenkian defende que o melhor lugar para envelhecer é em casa e na comunidade

Esta é a principal conclusão do trabalho de investigação “Ageing in Place – Envelhecimento em Casa e na Comunidade”. O autor António M. Fonseca, professor na Universidade Católica Portuguesa e consultor da Fundação Calouste Gulbenkian, considera que outras soluções são sempre artificiais.

“Obviamente que nós temos sempre que pressupor a importância de instituições como lares de idosos, mas o lugar natural para as pessoas envelhecerem é a casa delas e a comunidade a que pertencem e aquilo que o estudo faz é partir desse pressuposto e explicar quais são algumas estratégias que podem ser usadas localmente para promover a vida das pessoas nas residências, seja em grandes cidades, seja numa aldeia de Bragança”, explicou.

Apesar de considerar que morar sozinho não é necessariamente um problema, por entender que problemático é viver em isolamento, António Fonseca diz que é preciso fortalecer a rede social e promover o envelhecimento activo.

O estudo destaca exemplos de estratégias que actualmente existem em Portugal e que são desenvolvidas por associações, como é o caso da Azimute, com o projecto “Aldeias Pedagógicas” implementado em aldeias dos concelhos de Bragança e Vimioso, que já abrangeu 150 mestres desde 2010.

João Cameira desta associação explica que o efeito positivo do envelhecimento activo já tinha sido validado noutro estudo.

“Uns alunos de mestrado da Universidade Católica do Porto acompanharam o projecto durante um ano e validaram cientificamente que havia esse envelhecimento activo, que atrasava o envelhecimento e que melhorava a qualidade de vida dos participantes. Sabíamos empiricamente que isso acontece e ao falar com as pessoas envolvidas elas dizem que sim, mas faltava a validação científica, que conseguimos”, referiu João Cameira.

O estudo foi apresentado em Bragança e resulta de um trabalho realizado desde 2016 pela fundação, em que se procura actualizar o conceito de envelhecimento activo, e promover o envelhecimento na comunidade.

Escrito por Brigantia

Jornalista: 
Olga Telo Cordeiro