Especialistas da região e do mundo debateram metodologias de envelhecimento num congresso em Vila Flor

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Seg, 07/10/2024 - 08:49


Num congresso que aconteceu, entre sexta-feira e domingo, em Vila Flor, mais de 40 conferencistas da região, mas também da América-Latina, Espanha e Brasil, debateram formas de envelhecer e novas estratégias que colocam o idoso como referência na sociedade

Envelhecimento activo não é apenas fazer exercício físico. Num congresso que aconteceu, entre sexta-feira e domingo, em Vila Flor, mais de 40 conferencistas da região, mas também da América-Latina, Espanha e Brasil, debateram formas de envelhecer e novas estratégias que colocam o idoso como referência na sociedade.

Segundo Marcelino Lopes, da Associação para a Promoção e Divulgação Cultural, entidade organizadora, vivemos numa sociedade de armazenamento humano, o que deve ser mudado. “O que nós defendemos é que em vez deste armazenamento, defendemos o envelhecimento com a comunidade e onde a comunidade apresenta uma dimensão intergeracional, porque nunca comunidade existem crianças, jovens, adultos e existem também os velhos. Isto tudo, a interacção, aprendendo um com os outros, valorizando uns e outros”, apontou.

Um dos oradores presentes foi Álvaro Laborinho Lúcio, ex-ministro da Justiça, que afirmou que o envelhecimento é visto como “degradação”, criticando a sociedade que olha para os idosos pela sua idade e não pela sua capacidade. “Não vale a pena estarmos a fazer distinções de qualidade relativamente à intervenção de cada um, o importante é dar sentido a essa capacidade e depois valorizar o produto dessa capacidade, independentemente do escalão etário”, vincou.

O congresso contou com a presença de docentes, alunos e instituições que venham depois aplicar essas novas metodologias.

Teve como parceiro o município de Vila Flor, que criou uma unidade orgânica de envelhecimento activo, num investimento de 1,5 milhões de euros durante três anos. “Esta equipa multidisciplinar, constituída por profissionais de saúde, profissionais de psicologia e profissionais de actividade física vão ao encontro do que essas pessoas mais velhas necessitam, por vezes um acompanhamento na medicação, nas consultas, ou até actividade física, lúdica e cultural. Não é para os manter ocupados, é para que se mantenham vivos e úteis na sociedade”, explicou o autarca Pedro Lima.

O Congresso Envelhecimento Criativo, Participativo e Com Vida Activa, que aconteceu este fim-de-semana, teve como objectivo reflectir sobre “a metodologia da animação sociocultural, da gerontologia, da pedagogia, com estratégias para tornar as pessoas mais envolvidas”. 

Escrito por Brigantia

Jornalista: 
Ângela Pais