Qua, 06/05/2009 - 08:18
Cada escola teve direito a um diploma, uma medalha banhada a ouro e, mais importante, um cheque de 600 euros.
O trabalho da escola de Vimioso serviu mesmo de alerta para as dificuldades de uma colega, obrigada a deslocar-se em cadeira de rodas, numa escola que não está preparada para isso.
“A escola tem escadas e tinham de fazer rampas. E para não andar sempre a subir com a cadeira de rodas, ela tem aulas no primeiro andar. É difícil fazerem rampas porque não têm dinheiro suficiente mas se ganharmos dinheiro com os prémios, pode ser que façam”, conta Rafael Alves.
O presidente do Conselho Executivo do Agrupamento de Escolas de Vimioso confirma a situação e apela à intervenção das entidades competentes. José Carlos Gonçalves aponta, neste caso, o dedo à DREN e à autarquia.
“O edifício foi construído ao lado da EB2/3 e devia ter contemplado uma rampa, que não foi construída. Temos uma aluna, a Maria Luís, que anda numa cadeira de rodas, que tem aulas no primeiro piso. Para o pavilhão já se consegue deslocar mas para o resto das instalações é com a ajuda dos colegas e funcionários.”
José Carlos Gonçalves diz que as entidades ficam sensibilizados quando são as crianças a pedir. “Estão mais atentos às necessidades das crianças do que quando são os adultos a pedir. Só falta vontade das entidades que têm a obrigação, que neste caso concreto seria a Direcção Regional de Educação do Norte ou da autarquia”, conclui.
Esta iniciativa recebeu este ano nove trabalhos a concurso. No caso de Vimioso, é a segunda vez consecutiva que vence. Em 2008, um trabalho sobre barreiras arquitectónicas foi considerado mesmo o melhor a nível nacional, tendo recebido um prémio de 1500 euros. Verba insuficiente para colmatar os problemas arquitectónicos, segundo José Carlos Gonçalves. “Não são os 600 euros a ajudar a construir essa rampa”, diz, revelando que o prémio pela vitória nacional, em 2008, foi de 1500 euros.
“É dinheiro que dá jeito para as actividades dos alunos que ganharam. São eles que decidem como deve ser gasto o dinheiro. Em 2008 foi gasto essencialmente em material informático e material didáctico”, explicou.
Devido à vitória de Vimioso a nível nacional no concurso Escola Alerta de 2008, a sessão de entrega de prémios este ano será feita naquela vila transmontana, no dia 3 de Junho. O Governador Civil de Bragança destaca, por isso, o feito da escola de Vimioso.
“Há escolas que fazem um trabalho mais teórico e não é isso que se pretende. O objectivo deste programa é que depois seja possível à autarquia executar o projecto dos alunos. Foi o que aconteceu em Vimioso”, diz Jorge Gomes.
Foram escolas de Vimioso e Vinhais a vencer a edição distrital do concurso Escola Alerta, cujos prémios foram entregues ontem pelo Governo Civil de Bragança.
Escrito por Brigantia