Eólicas em Montesinho só depois de 2017

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Qua, 15/06/2011 - 09:28


O projecto eólico apresentado pela Airtricity para o Parque Natural de Montesinho não deverá ter condições para avançar antes de 2017. Quem o diz é o presidente da Associação Portuguesa de Energias Renováveis.  

António Sá da Costa entende que Bragança não tem potência disponível para eólicas nem terá no futuro mais próximo.

“Na zona do distrito de Bragança não tem havido potência disponível nem haverá. É uma condição básica. E tanto quanto sei não haverá projectos novos, pelo menos, significativos”, diz.

O projecto apresentado pela Airtricity, recentemente comprada pela empresa SSE-Renewables, tem capacidade para produzir 600 MegaWatts e seria capaz de iluminar 15 cidades como Bragança.

Sá da Costa diz que os mega-projectos não têm condições para avançar e considera que a região deve apostar na instalação de pequenas centrais fotovoltaicas.

Até porque há outras zonas do país com mais potencial para produção de energia eólica.

“Já temos uma penetração muito grande de eólicas. Temos a funcionar quatro mil MW e temos atribuídas potências até 5400, 5600 MW e o Governo prevê que se instalem, até 2020, até 6800MW. São mais 1200 MW. Se essa potência for instalada, para gerir todos os outros projectos que estão em cima da mesa, vamos necessitar que haja a certeza que as centrais hidroeléctricas que estão no plano nacional de barragens sejam construídas. Só teremos a certeza que vão ser construídas lá para 2016 ou 2017. Só nessa altura se atribuirão novas potências”, sentencia.

 

Mesmo assim, o presidente da Associação Portuguesa de Energias Renováveis afirma que o distrito reúne condições para a instalação de parques eólicos de menores dimensões que podem ser conciliados com a natureza. No caso do Parque Natural de Montesinho, António Sá da Costa considera que o impacto ambiental já está causado pelos aerogeradores instalados do lado espanhol.

“No caso concreto aqui de Bragança, em Montesinho, do lado espanhol estão lá aerogeradores. E as ventoinhas não são portuguesas, são espanholas. É compatibilizável, assim haja vontade do ICNB. Até pode ajudar à preservação da Natureza, porque pode haver parcerias estabelecidas que, de outra forma, não seriam viáveis.”

Sá da Costa falou, ainda, do futuro das energias renováveis a nível regional e nacional. Uma entrevista que pode ler na íntegra na edição de Junho da revista económica Voz do Nordeste, que está hoje nas bancas juntamente com o Jornal Nordeste.

Escrito por Brigantia