Empresas do distrito não arranjam trabalhadores na região

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Sex, 21/05/2010 - 10:45


  Há empresas do distrito de Bragança que não conseguem arranjar trabalhadores e são obrigadas a ir recrutá-los ao litoral.

A denúncia é feita pelo Governador Civil do distrito, que aponta mesmo um exemplo.

“O que constatámos, concretamente na barragem do Baixo Sabor, é que só dez por cento dos 780 trabalhadores são dos concelhos num raio de 50 quilómetros. Os restantes vêm de Paredes, Felgueiras, Marco de Canaveses”, diz.

Jorge Gomes mostra-se mesmo surpreendido com esta situação e aponta algumas falhas aos Centros de Emprego da região.

“O que nos surpreende é que, se eventualmente não temos o tipo de mão-de-obra que é solicitado para uma obra daquelas, é porque não temos grandes problemas de desemprego. Porque há muita mão-de-obra qualificada para aquele tipo de trabalhos”, diz. Por isso, diz que “deve haver alguma falta de ligação entre as entidades que têm responsabilidade na procura de emprego e eventualmente alguma responsabilidade de alguém que esteja no desemprego e que viva melhor do que se estivesse empregada”. Jorge Gomes acredita que “é estranho que alguém se desloque 150 quilómetros para vir trabalhar e os nossos trabalhadores não estejam lá.”

Em declarações à Brigantia, o Governador Civil de Bragança diz não compreender onde estão os trabalhadores da construção civil da região, que antes da crise imobiliária em Espanha, cruzavam todas as semanas a fronteira.

“Alguns licenciados são daqui. Agora outro tipo de mão obra, que é preciso empregar, não. Todos nos lembramos de ver passar as carrinhas em Quintanilha para Espanha, que transportavam trabalhadores, muitos do nosso distrito. Que é feito desses trabalhadores?”, pergunta. “Acredito que os directores dos centro de emprego estejam preocupados e que irão tentar inquirir e ajustar a oferta à procura.”

Jorge Gomes aponta, por isso, algumas medidas que deviam ser tomadas para combater esta situação.

“A única estratégia que vamos ter de utilizar é empenharmo-nos todos os que temos responsabilidades nos serviços desconcentrados do Estado para fazer um levantamento sério e uma mobilização das pessoas e sensibilizar os construtores para mobilizar primeiro as pessoas do distrito e só depois irem contratar fora.”

A falta de mão-de-obra local por parte de algumas empresas no distrito a merecer críticas do Governador Civil de Bragança.

Escrito por Brigantia