PUB.

Eleitos em Mascarenhas trocam acusações sobre responsabilidade de impasse após autárquicas

PUB.

Qui, 08/09/2022 - 10:55


Por Mascarenhas, o presidente da junta e a oposição trocam acusações sobre quem recai a responsabilidade do impasse gerado na instalação dos órgãos daquela assembleia de freguesia que levou o Governo, um ano depois das eleições autárquicas, a marcar eleições intercalares naquela freguesia do concelho de Mirandela para o dia 6 de Novembro.

A oposição diz que esta solução já vem com seis meses de atraso.

Os eleitores da freguesia de Mascarenhas vão ter novamente eleições a 06 de novembro depois de todos os eleitos da lista do PS, a mais votada nas autárquicas de Setembro de 2021, terem renunciado ao mandato.

A lista encabeçada pelo presidente de junta eleito, Manuel Gomes, conseguiu três mandatos contra quatro da oposição - dois para o CDS-PP e outros dois para o PSD - e viu rejeitadas as propostas para formar o executivo na reunião de instalação da freguesia.

Manuel Gomes diz que a oposição queria ter a maioria no executivo da junta. Uma situação, em seu entender, “impensável” e por isso “não havia outra solução” senão voltar às urnas. “Não conseguimos entrar em diálogo. Se a oposição quisesse tínhamos chegado a um acordo, mas eles uniram-se e queriam impor a força deles e a solução foi mesmo ir para eleições”, conta o candidato mais voltado em 26 de Setembro do ano passado.

O candidato do CDS, Luís Amorim, não quis prestar declarações, mas o líder concelhio do partido, José Mesquita, considera que esta é a melhor solução para a freguesia

“Uma freguesia que é a sexta ou sétima com mais habitantes do concelho não pode continuar a ser gerida à deriva por pessoas que não têm condições para o fazer. A junta está a perder transferências de capital que a nossa câmara municipal está a fazer para outras juntas de freguesia e a nossa não está a receber qualquer comparticipação. Espero que se encontre a melhor solução para a freguesia com a realização das eleições, porque os três partidos têm condições para governar”, sublinha José Mesquita.

O candidato do PSD, Fernando Pintor, entende que o único responsável por este impasse é o presidente da junta e que esta solução já vem com muito atraso. “Podia-se ter encontrado um acordo e ter-se beneficiado com isso, por a junta a funcionar. Ele tinha seis meses para resolver a situação e perdemos um ano nisto”, lamenta.

E Fernando Pintor admite estar preocupado com a situação financeira da junta

“O que me preocupa é o que vamos encontrar neste período até às eleições, porque o senhor Manuel continuou a fazer uma gestão como presidente da junta e andou a gastar dinheiro ilegalmente”, diz.

Manuel Gomes diz que apenas se limitou a uma gestão corrente da junta durante este ano

“Tenho mandado fazer limpeza de ruas e as coisas mais básicas. Não tenho feito obras de fundo porque não tinha autonomia para isso”, adianta.

Numa coisa todos parecem estar de acordo de que a melhor solução para este impasse é a realização de eleições intercalares.

Entretanto, há a possibilidade de se constituir uma coligação PSD/CDS nas eleições intercalares em Mascarenhas. Luís Amorim, o cabeça de lista do CDS à junta de freguesia nas autárquicas do ano passado, não está, no entanto, disponível para avançar.

A única certeza é que Manuel Gomes volta a ser o cabeça de lista do PS nas eleições intercalares

De referir que nas autárquicas de 2021, em Mascarenhas, o PS obteve 38,2%, o CDS 28,6% e o PSD 28,4%, ou seja, os dois partidos que agora podem vir a apresentar uma coligação tiveram no total 57% dos votos. Escrito por Terra Quente (CIR).