Seg, 27/10/2008 - 12:13
Nem todas as pessoas do distrito de Bragança têm as mesmas hipóteses de sobreviver a um acidente vascular cerebral. Para a fibrinólise ter sucesso tem que ser administrada até três horas depois dos primeiros sintomas de AVC, mas para algumas populações do distrito de Bragança chegar a Vila Real neste espaço de tempo é missão quase impossível.
Por este motivo, o responsável pela unidade de AVC de Macedo de Cavaleiros, diz que as oportunidades não são iguais para as populações. “Um doente que tenha um AVC em Freixo de Espada à Cinta terá poucas probabilidades de chegar a Vila Real num espaço de três horas”, refere.
Entretanto o centro hospitalar do nordeste está a tentar formar uma equipa especializada em AVC’s e que disponha do tratamento por fibrinólise. Esta equipa deverá ficar localizada em Bragança.
Até lá, para se poupar tempo no transporte de doentes urgentes Jorge Poço avança ainda que a alternativa passa pela criação de uma “via verde” até Vila Real.
Na prática, quando os doentes apresentarem os sintomas de AVC a “via verde” possibilita que sejam “encaminhados directamente para Vila real e não percam tempo em dirigir-se ao centro de Saúde ou Hospital, de residência”, explica o médico.
Para Rui Ferreira, o coordenador nacional para as doenças cardiovasculares e um dos convidados do congresso de saúde do nordeste, a projecto da “via verde” para o transporte de doentes com AVC pode ser bem implementado no distrito de Bragança, tal como já acontece noutras regiões. No entanto, sublinha que “o problema do transporte e sua forma é mais importante aqui do que nas zonas urbanas”.
Refira-se ainda que a unidade de AVC de Macedo de Cavaleiros recebe cerca de 250 dos 600 casos anuais AVC’s no distrito de Bragança e regista uma taxa de mortalidade de 11%.