Desemprego é o principal flagelo dos imigrantes em Macedo de Cavaleiros

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Qui, 01/07/2010 - 10:52


  Os imigrantes têm boas condições de vida no concelho de Macedo de Cavaleiros e o desemprego é um dos principais problemas que os afecta.

A média de desempregados é superior à nacional e esta lacuna deve ser agora a aposta do município.

São conclusões de um Estudo de Diagnóstico da População Imigrante do concelho, que pretendeu perceber se Macedo é um local de passagem ou se o objectivo é a instalação, em Terras Transmontanas.

 

82,9% dos inquiridos não sabe quando vai regressar ao país de origem e cerca de 30% até está a pensar em comprar habitação por terras de Macedo.

Dados curiosos que surgem deste estudo, que teve a iniciativa da autarquia local, e que foi desenvolvido pelo Instituto Piaget.

O imigrante-tipo do concelho de Macedo tem boas condições de vida, ao contrário do que vive nas metrópoles e o principal problema é mesmo o desemprego.

“Aqui as comunidades não estão em condições de sobrelotação, que existe no meio urbano. E isso é uma mais-valia que propicia a integração dessas comunidades”, disse, apontando a “falta de emprego” como principal vulnerabilidade.

Maria Neves Alves, docente do Instituto Piaget, que coordenou o estudo, considera que o concelho deve aproveitar a mais-valia de ter imigrantes com um nível escolar considerável.

37% concluíram o ensino secundário, 14,8% são licenciados e alguns têm inclusive o mestrado.

 “No primeiro emprego nota-se que com qualificações elevadas têm emprego desqualificado. Mas com o tempo vão subindo”, diz.

A língua é apontada como o principal problema à integração e assumem que a seguir a ter emprego, o ter amigos portugueses é o mais importante.

 “A integração que estão a fazer, fazem-na da melhor forma e estão bem integrados”, sublinha.

2000, 2001, 2005 e 2009 foram os anos em que o concelho de Macedo acolheu um maior número de imigrantes e a tendência actual é para que o número diminua.

Dos que chegaram, a maioria está bem integrada, tem boas condições de habitabilidade e é mão-de-obra qualificada.

90% estão em idade activa e podem colmatar a desertificação e o envelhecimento da região.

Dados de um estudo da câmara de Macedo, levado a cabo pelo Instituto Piaget, com o apoio do Fundo Europeu para a Integração dos Nacionais de Países Estrangeiros, que serão agora aproveitados pelo pelouro da acção social para colmatar possíveis falhas no acolhimento dos imigrantes.

 “É tentar colmatar algumas falhas que possa haver no acolhimento dos imigrantes”, reconheceu.

No âmbito do projecto INTEGRAR@MAC.COM, que tinha por objectivo facilitar a integração dos imigrantes do concelho de Macedo, Sílvia Garcia, vereadora da acção social, refere que foi criada uma base de dados para empresas, o que possibilitou o emprego a pelo menos dois.

 “O município tentou criar uma base de dados com os empresários distritais e com os imigrantes sediados no distrito de Bragança e conseguimos empregar dois imigrantes.”

Uma segunda candidatura para continuar a apoiar a integração de imigrantes no concelho de Macedo de Cavaleiros e facilitar as equivalências de diplomas para que mais facilmente entrem no mercado de trabalho.

Uma segunda fase do Integrar que será apresentada ao Alto Comissariado para a Integração e Diálogo Intercultural e ao Fundo Europeu para a Integração.

Escrito por CIR