Ter, 08/02/2011 - 11:15
Aproveitando a exibição do documentário Pare, Escute e Olhe, de Jorge Pelicano, Daniel Conde reforçou a necessidade de recuperação da linha do comboio.
“Já cansa este percurso. Tem sido muito complicado lutar pela manutenção da linha. Mas quando me dizem que a linha está perdida com a construção da barragem digo logo que não. É que do Tua a Mirandela são 54 quilómetros e a linha tem 134. Ou seja, entre Bragança e Mirandela há 80 quilómetros. A maior parte da linha está aqui”, diz.
E acrescenta que a linha espanhola de alta velocidade é mais um exemplo da necessidade de apostar no comboio no Nordeste Transmontano.
“Se imaginássemos um oito no noroeste peninsular entre Vigo, Porto, Salamanca e regresso a Vigo pela Puebla, o centro do oito era precisamente na linha do Tua. Com uma linha entre Bragança e Sanábria, à estação de alta velocidade, púnhamos aqui um madrileno em duas horas.”
E apesar de se multiplicarem os defensores da linha do comboio em detrimento da barragem do Tua, Daniel Conde diz que há um clima de medo instalado na região.
“O que aconteceu nesta região que há tanto medo de falar do caminho de ferro? Será de pensar que trazer o comboio a Bragança é muito caro? Mas a REFER investiu no ano passado 225 milhões de euros em nove quilómetros na linha do Minho e do Sul, completamente inúteis. E a linha entre Tua e Sanábria custa 150 milhões, para quase 200 quilómetros.”
Recorde-se que 16 quilómetros da linha do Tua vão ficar submersos depois da construção da barragem de Foz Tua.
Escrito por Brigantia