Corte de 500 mil euros na despesa não implica despedimentos no Centro Hospitalar

PUB.

Sex, 20/08/2010 - 10:21


  São 500 mil euros que o Centro Hospitalar do Nordeste pretende poupar ao longo dos próximos 11 meses.

O plano de contenção de despesa aprovado pelo Ministério da Saúde foi um dos melhores a nível nacional e vai cortar sobretudo em três áreas.

Farmácia, serviços externos e horas extraordinárias são os três principais itens que, segundo o presidente do conselho de administração do CHNE, vão permitir uma poupança estimada de 528200 euros ao longo dos próximos 11 meses.

“Relativamente ao trabalho extraordinário o nosso objectivo é reduzir na ordem dos 200 mil euros, ao nível dos fornecimentos e serviços externos é nossa intenção reduzir 250 mil euros e na despesa em farmácia hospitalar queremos reduzir em 1,2%” adianta Henrique Capelas, acrescentando que “em todas estas áreas o total dá meio milhão de euros, mas pensamos que conseguiremos ir além das metas impostas pelo Governo”.

Para além disso, foi criada uma comissão de acompanhamento destas medidas que, segundo Henrique Capelas, já encontrou sinais positivos após a primeira reunião. “Neste momento já estamos a analisar onde é que se diminuiu e onde se detectou que não houve aquele diminuição que nós esperávamos já foram feitas reuniões para reorganizar o serviço” refere.

Henrique Capelas garante que não haverá despedimentos e que a maioria dos cortes em horas extraordinárias vai ser possível com uma reorganização de serviços.

“É uma questão de melhor organização dos serviços. Coisas que têm a ver com turnos” explica, salientando que “nós já estamos a tentar esta redução desde o início do ano”. Garante, no entanto, que “não vai haver redução de pessoal”.

O plano e redução de despesa do CHNE, a que tivemos acesso, prevê medidas como a redefinição de escalas e a contratação de novos elementos para a eliminação total de recurso a trabalho extraordinário; a uniformização de critérios para um mais económico acompanhamento de doentes entre unidades por enfermeiros; a justificação de todos os pedidos de exames ao exterior, que têm de ser fundamentados pelo director de serviço e autorizados pelo director clínico; a eliminação de alguns suplementos não previstos na lei, a renegociação de contratos de serviços externo, como o da vigilância e alimentação; a reavaliação de algumas obras previstas, bem como a criação de um serviço de transporte entre unidades, para diminuir as ajudas de custo por uso de viatura própria.

Mesmo assim, Henrique Capelas garante que os cuidados à população não serão afectados.

“Este plano de contenção de despesa não vai de encontro à questão da prestação de cuidados de saúde e da sua qualidade” garante, explicando que “é normal, em grandes instituições, acumularem-se ‘gorduras’ que depois é preciso tirar”.

Ao todo, o CHNE prevê poupar mais de 500 mil euros.

O plano de contenção de custos do CHNE está em vigor há cerca de um mês mas deve prolongar-se para além do ano de duração previsto.

Escrito por Brigantia