Concursos da ARS Norte ameaçam valências dos centros de saúde do Nordeste

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Qua, 25/08/2010 - 10:49


Um concurso da Administração Regional de Saúde do Norte, publicado em Diário da República na semana passada, está a pôr em causa 39 postos de trabalho nos centros de saúde do distrito de Bragança e do concelho de Vila Nova de Foz Côa. Contudo, o deputado socialista Mota Andrade pede tranquilidade à população e garante que o Governo não vai deixar sair nenhum posto de trabalho do distrito.

Em causa estão, para já, 21 dos 39 postos de trabalho em sete das 11 especialidades que existem nos centros de saúde do distrito de Bragança. Em causa está a fisioterapia, cardiopneumologia, podologia, radiologia, saúde ambiental, terapia da fala e análises clínicas.

 

Para integrar os trabalhadores com contrato resolutivo a termo certo na Função Pública, a ARS Norte abriu um concurso, publicado em Diário da República no final da semana passada. No entanto, prevê apenas 21 vagas quando, actualmente, estas sete especialidades têm 39 funcionários. Por exemplo, podologia e análises clínicas não têm nenhuma vaga prevista para o distrito, enquanto que dos 14 técnicos de fisioterapia, só dois têm vaga. Os restantes deverão ficar afectos à ARS Norte, podendo ser colocados em Vila Real, Porto, Braga ou Viana do Castelo.

 

A presidente da Câmara de Alfândega da Fé, Berta Nunes, ex-responsável pelo ACES Nordeste, diz que não faz sentido deitar fora um trabalho de vários anos e garante que a população sairia prejudicada.

 

“Antes, as pessoas tinham de pagar do seu bolso um electrocardiograma e os custos de deslocação aos hospitais de Bragança, Macedo de Cavaleiros ou Mirandela, onde faziam os realizavam. Agora podem fazer os exames em qualquer centro de saúde e pagam apenas a taxa moderadora. A fisioterapia existia só no hospital de Macedo. Um doente de AVC de Freixo de Espada à Cinta ou Miranda do Douro tinha de se deslocar 200 ou 300 quilómetros todos os dias para fazer um tratamento de meia hora ou uma hora”, sublinha.

 

Mota Andrade, deputado socialista por Bragança, confirma que foi abordado por autarcas e trabalhadores, com receio de perda de valências nos centros de saúde, mas garante ter a palavra do Secretário de Estado da Saúde para a sua manutenção.

 

“E em função da possibilidade de algumas destas valências encerrarem, entrei em contacto com o Secretário de Estado da Saúde, Manuel Pizarro, que me garantiu que no que concerne ao distrito de Bragança e Foz Côa nada será desmantelado. Todos os serviços e os profissionais desses serviços continuarão a ter o seu posto garantido.”

 

Uma garantia deixada pelo deputado Mota Andrade, mesmo depois do aviso publicado em Diário da República.

 

“Mesmo depois desse concurso, e isso foi algo que me preocupou. Aliás, o Secretário de Estado virá ao distrito no início de Setembro e confirmará ele próprio essa situação. Não fazia sentido que estes serviços encerrassem, até porque se investiram centenas de milhares de euros para os montar.”

 

Mota Andrade diz que caberá ao Secretário de Estado da Saúde a explicação sobre a forma como será contornado o concurso da ARS Norte.

 

Para breve deve estar a publicação de um segundo concurso para as restantes quatro especialidades, psicologia, nutrição, serviço social e medicina dentária, que envolvem mais 30 postos de trabalho.

Escrito por Brigantia