Comerciantes obrigados a pagar serviço não contratualizado

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Qui, 21/04/2011 - 09:29


Os comerciantes de Macedo de Cavaleiros queixam-se de estarem a ser vítimas de burla. Pelo menos seis empresários dizem ter sido contactados por telefone sendo pressionados a pagar dívidas referentes a publicidade na internet. 

José Luís Afonso, proprietário de uma empresa de materiais de construção, garante que não assinou nenhum contrato e não entende porque está a ser contactado.São vários os comerciantes que já comentaram com José Afonso que estão também a receber o mesmo tipo de telefonemas.“Eles ligam para as empresas e dizem que nós fizemos um contrato de publicidade com eles. Nós pedimos que nos enviem um comprovativo para termos a certeza se assinámos ou não mas eles não mandam e só dizem que têm a factura para apagar” conta, acrescentando que “depois de tanto massacre porque nos ligam quatro ou cinco vezes por dia, chegamos a um ponto de saturação e acabamos por pagar”. Mesmo depois de pagar, a alegada empresa de publicidade insiste que há outras facturas que ainda não foram liquidadas.“Pensamos que está tudo saldado e passados 15 dia ou um mês voltam á carga dizendo que afinal ainda têm lá outra factura por pagar” refere. “Eu já disse à senhora que não vale a pena continuar a chatear-me que mande aquilo para tribunal mas eles dizem que é melhor fazer aquilo por bem ludibriando as pessoas a fazer o pagamento”. Já Sónia Rego, proprietária de um talho na cidade, revela que desde há um ano que paga este tipo de facturas, tendo já desembolsado perto de 14 mil euros.Farta da situação, Sónia Rego entregou agora o caso a um advogado.“Comecei a receber telefonemas a dizer que tinha dívidas de publicidade na internet. Eu pedi para fazer o pagamento faseado em cheques e ele aceitaram sempre só que eu comecei a desconfiar quando os valores começaram a ser muito altos e pedi ajuda a um advogado” conta. “Ele escreveu-lhes a pedir as facturas e eles responderam negativamente dizendo que já tinham enviado a factura-recibo, o que não é verdade”. Os comerciantes suspeitam que os supostos burlões actuam em rede. A própria Cooperativa Agrícola também pagou cerca de 300 euros, no ano passado. Este ano voltaram a ser contactados mas Luís Rodrigues, presidente da cooperativa, diz que não vai voltar a cair na mesma asneira.“Primeiro reclamámos mas depois acabámos por pagar para evitar chatices. Entretanto este ano já voltámos a ser contactados e eu quase os tratei mal porque isso só pode ser uma burla” refere. 

Até agora não foi possível chegar à fala com as alegadas empresas de publicidade para a internet.

Escrito por CIR