Sex, 26/02/2010 - 11:11
António José Carvalho falava à margem de uma sessão de apresentação da quinta fase de candidaturas do projecto ModCom, que decorrem até 12 de Março.
No entanto, não espera grande sucesso desta iniciativa.
“Acredito que apesar desta linha do ModCom seja vantajosa, acredito que não haverá muitas candidaturas. Quem é que vai investir? As empresas estão descapitalizadas. O que nós precisamos é de um apoio à tesouraria, para pagar vencimentos. Mas um apoio às empresas viáveis, com garantias para irmos buscar dinheiro junto da banca.”
Para António José Carvalho, a banca tem estado a asfixiar os pequenos comerciantes.
“O grande problema é a asfixia da tesouraria que as pequenas e médias empresas da nossa região estão a ter. O que pretendemos é que para além destes programas haja um que apoie a tesouraria ou que faça o que fizeram aos bancos. Eu vejo o meu caso pessoal, tenho muitas obras, não tenho é dinheiro para as fazer”, sublinha, explicando que “as outras empresas também estão com problemas”. E deixa uma garantia: “os bancos estão a asfixiar-nos completamente”.
Por outro lado, o presidente da ACISB critica ainda a central de compras do Governo, pois tem prejudicado os comerciantes da região.
“Nada se compra em Bragança, não há uma instituição que faça compras em Bragança, é obrigatório ir comprar a essa central de compras. A segurança social, a câmara municipal… todas as instituições do Estado”, explica. “Alguns associados vendiam a várias instituições produtos alimentares, produtos de higiene, e agora vão comprá-los à central de compras. E temos investimentos importantes para o concelho como os centros escolares ou a remodelação da escola Abade de Baçal. Mas o que é que isso traz para a cidade a não ser para um restaurante ou outro? A areia vem de fora, o cimento também. Aqui não pagam.”
Esta quinta fase do ModCom tem disponíveis 20 milhões de euros para distribuir por todo o país, com o intuito de ajudar os comerciantes a modernizarem os seus negócios.
Alvo do pedido da Acisb foi o secretário de Estado do Comércio e de Defesa do Consumidor, Fernando Serrasqueiro, que registou o pedido mas diz haver outros programas para ajudar os empresários.
“Temos outras hipóteses de candidaturas. O ModCom dava a possibilidade de ter uma candidatura rápida e sem os condicionalismos do QREN. Mas temos o QREN e as linhas de crédito que o ministério da Economia tem vindo a renovar, para satisfazer não só investimento mas para a tesouraria. E estamos a preparar mais uma linha de crédito para solucionar casos como os que nos foram aqui apresentados.”
Esta quinta fase do projecto vai ter duas áreas primordiais.
“A revitalização do comércio local, procurando chamar novos empresários e dar sangue novo. O segundo é dirigido ao comércio rural, muito ocupado por idosos, com pouca mobilidade. Queremos que possa continuar a existir na aldeia o comércio mas moderno.”
Nas quatro fases anteriores foram disponibilizados 3,4 milhões de euros para o distrito de Bragança, que pretendiam criar 145 empregos, e 4,4 milhões para Vila Real, para 170 postos de trabalho.
Os resultados devem ser conhecidos a 14 de Julho.
Escrito por Brigantia