Qui, 27/08/2009 - 09:55
Por isso, Mota Andrade, do PS, diz que o distrito perde mais do que um deputado na Assembleia da República e critica a ausências de propostas da oposição.
“Espero que nomeadamente o cabeça-de-lista do PSD venha para o terreno e conheça os problemas da região. Espero que faça um curso intensivo sobre os problemas da região porque o que já ouvi até agora não é solução nenhuma para os problemas de Trás-os-Montes. E em função do cabeça-de-lista do PSD, a região perde é dois deputados.”
Estando no Governo, o PS vai servir de lebre, concentrando as críticas da oposição.
Algo a que Mota Andrade diz estar “habituado”.
O contra-ataque vai surgir essencialmente com o investimento de dois mil milhões de euros feito na auto-estrada transmontana, IC2 e IC5, para além do reforço de capacidade de várias barragens do distrito.
E são precisamente as barragens uma das bandeiras eleitorais da CDU, que concorre com Manuela Cunha, natural de Santarém.
“A defesa da linha do Tua é uma questão muito importante e comprometemo-nos a fazer uma bandeira. Bem como o despovoamento do distrito, que tem muito a ver com a falta de emprego. Quando não há emprego, as pessoas vão procurar meios de subsistência para outras paragens. Os filhos da terra são criados para ir para outras paragens.”
Com a redução de quatro para três deputados pelo distrito, a CDU admite que ficou ainda mais difícil eleger um deputado.
As mesmas dificuldades sente o Bloco de Esquerda, que pela primeira vez apresenta uma lista com elementos da terra.
Luís Vale, de Vinhais, é o cabeça-de-lista e revela que a saúde e educação vão ser os principais temas em debate.
“Nomeadamente as questões de saúde, de acesso à justiça e educação, bem como combatendo a precariedade no trabalho.”
O objectivo do Bloco de Esquerda é aumentar a votação no distrito.
Com objectivos mais ambiciosos parte o CDS/PP, com Nuno Sousa, de Mirandela, à cabeça.
“O que o PP espera é a eleição de um deputado. Esse é o nosso propósito independentemente da redução do número de deputados.”
Nuno Sousa assume que a intenção é apresentar-se como uma alternativa aos dois maiores partidos no poder.
Mas, a um mês das eleições, a população mostra-se pouco interessada na campanha e até já tem um favorito à vitória.“Sócrates”, diz Adalberto Castro, descrente com a campanha, que “pouco mais adianta do que mais uns comícios”. Mesmo assim, diz conhecer os cabeças-de-lista pelo distrito.
Por seu turno, José Fernandes revela que fixou mais “o do PSD, porque é de fora”. “Não sei o apelido mas sei que é de Penafiel”, diz. Sobre o resultado, diz que “há muita gente do PS que não vai votar em José Sócrates por estar descontente”, mas “também não há muita gente a simpatizar com o PSD”.
Já João Dias revela que não vai votar no actual executivo, apesar de estar convencido que é “o PS” que ganha. Já o ex-presidente da câmara, Manuel Ferreira, afirma que cortou por completo com a política “porque é uma aldrabice. Todos os políticos são mentirosos”. Sobre o resultado, defende que “não era má ideia se ganhasse o Bloco de Esquerda, porque ao menos era diferente”.
A Brigantia tentou contactar os dois candidatos do PSD mas não foi possível chegar à fala nem com José Ferreira nem com Adão Silva.
Escrito por Brigantia