Cirurgias de ambulatório do CHNE passam para Mirandela

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Ter, 30/06/2009 - 09:14


Todas as cirurgias de ambulatório realizadas no Centro Hospitalar do Nordeste deverão ser transferidas para a unidade de Mirandela. Esta é uma das propostas do novo director de departamento de cirurgia do CHNE que pretende ainda reorganizar o modelo de toda a cirurgia que está actualmente implementado.  

António Ferrão elogia a valência instalada no hospital de Mirandela considerando-a uma referência no panorama nacional e por isso, entende que esta unidade deve receber a realização de todas as cirurgias de ambulatório do Nordeste Transmontano.

 

“As cirurgias de ambulatório provavelmente deverão passar para Mirandela, que tem uma qualidade de atendimento que as pessoas vão ficar encantadas. Não vão ficar à beira de um doente cheio de tubos e bips, de assistência que o põe doente, mas num sítio onde a pessoa tem toda a qualidade hoteleira porque a sua condição física permite isso.” Por isso, Mirandela será “o grande centro de cirurgia ambulatória, porque tem condições estruturais muito melhores” do que o hospital de Bragança.

 

As três unidades do CHNE vão ser transformadas em unidades funcionais, no campo da cirurgia.

No fundo, vai aplicar-se um modelo que já se pratica em todo o mundo, dividindo a cirurgia em áreas major, com grupos de médicos especializados nessa tecnologia avançada, sendo que outras cirurgias serão efectuadas nos hospitais que tenham recursos para determinados especialidades, como explica António Ferrão.

 

“Não vamos transferir serviços. Vamos é pôr serviços em todo o lado. O que vai acontecer é que em função das especificidades das cirurgias, elas serão feitas num hospital ou noutro. Todas as áreas de influência vão trabalhar nos três hospitais, em função da majoração das outras especialidades”, explicou, deixando ainda uma garantia: “Não vamos fechar coisa nenhuma, não vamos fazer cirurgia de segunda num lado e de primeira noutro”.

 

O novo director do departamento de cirurgia conta que no final de Setembro a reorganização esteja completa e a funcionar.

Apesar de considerar que o CHNE não tem grandes problemas com listas de espera, António Ferrão diz que este modelo pode ajudar a reduzi-las ainda mais.

 

“São mais listas de desorganização do que de espera. Podiam ser resolvidas se tivéssemos uma estrutura funcionante a nível do distrito e da região. Não se compreende que haja pessoas que estejam em listas de espera em Bragança quando foram operadas no mesmo dia em Mirandela. Ou o contrário”, sustenta.

Apesar disso, António Ferrão depara-se com a falta de cirurgiões no CHNE.

O director de cirurgia diz que seriam necessários pelos menos mais seis profissionais.

 

“O pessoal começa a ser pouco para aquilo que é preciso e não é possível aplicar já, já. Mas é pouco já de base. Precisávamos de contratar mais meia dúzia de pessoas para as áreas funcionais. Para que funcione bem, esperamos a breve trecho arranjar mais dois ou três cirurgiões que possam colmatar as falhas que existem neste programa para ser implementado a cem por cento.”

 

Este responsável considera ainda que há uma discrepância de meios técnicos entre os três hospitais e por isso alguns equipamentos poderão ser transferidos de uma unidade para outras onde são mais necessários.

 

Escrito por Brigantia