CHNE reafirma que urgências de Mirandela vão manter-se abertas e desmentem presidente da Câmara

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Ter, 13/07/2010 - 10:57


A urgência médico-cirúrgica do Hospital de Mirandela não vai fechar. A garantia é do conselho de administração do Centro Hospitalar o Nordeste (CHNE) em reacção às recentes declarações do presidente da câmara.

A falta de médicos cirurgiões e o período de férias de Verão levou a uma reorganização das escalas no serviço de urgência daquela unidade de saúde.

Com isso muitos doentes têm de ser transferidos para Bragança.

O presidente da câmara de Mirandela não aceita a situação e já entregou uma acção em tribunal para obrigar o Ministério da Saúde a cumprir com o protocolo estabelecido.

Mas o director clínico do CHNE, Sampaio da Veiga, garante que a urgência não vai fechar e acusa o autarca de Mirandela de estar a criar alarmismos.

“Não houve perda de capacidade nem de competência e fica aqui reiterado que não há hipótese de qualquer encerramento. A Unidade de Mirandela, bem como as de Bragança ou Macedo não pertencem aos autarcas ou autarquias. Se houvesse uma verdadeira preocupação com os cidadãos por parte do autarca já nos devia ter contactado. Mas nunca o fez. Não podemos admitir métodos de alarmismo.”

O director do departamento de cirurgia do CHNE explica que esta foi a melhor solução encontrada entre todos os profissionais e salienta o esforço pessoal a que os cirurgiões vão estar sujeitos para assegurar o serviço.

“Gostava de saber que com quatro médicos em permanência 24 horas sobre 24 horas, num conjunto de oito médicos, conseguem fazer equipas de urgência. Só há uma maneira, que é estar 24 horas por dia na urgência todos os dias. Quando tivemos de apresentar as escalas de férias tivemos de reduzir ao máximo as pessoas de férias e aumentar a carga horária ao máximo. Muitos deles vão ter de fazer um sacrifício pessoal monstruoso para conseguir assegurar esta urgência.”

 

António Ferrão revela ainda que desde o início do mês, altura em que a urgência de Mirandela está a funcionar desta forma, só foram encaminhados três doentes para Bragança.

“Isto representa uma transferência de 0,16 por cento de doentes com apendicite aguda, que permite a transferência não para Bragança mas até para Faro. Ainda não houve um doente em perigo em Mirandela nem vai haver”, garante.

O director clínico nega ainda a perda do anestesista naquela unidade, que tinha sido dada como certa pelo autarca de Mirandela.

“É tudo falso. O serviço continua a funcionar como até aqui. É mais uma das ideias peregrinas que resolvem atirar para a comunicação social sem fundamento.”

Actualmente são 12 os cirurgiões e segundo o director do departamento de cirurgia seria necessário duplicar o número destes profissionais para que não houvesse esta necessidade de reorganizar as escalas no serviço de urgência.

Escrito por Brigantia