Qui, 25/09/2008 - 08:19
Os 30 dias estipulados pelo ministério das obras públicas para apurar as causas terminaram na segunda-feira, mas agora só no final de Outubro é que se vai saber o que esteve na origem do acidente.
A Comissão Técnica de Inquérito ainda não tem uma explicação para o acidente de 22 de Agosto em que morreu uma pessoa no descarrilamento de uma automotora, com 47 passageiros a bordo.
Fonte do ministério das obras públicas citada pela Lusa diz que o prazo da conclusão do inquérito foi adiado precisamente por ainda não haver uma conclusão.
O adiamento foi pedido pela Faculdade de Engenharia do Porto, que alegou “necessitar de mais tempo para investigar as circunstâncias do acidente”.
Esta fundamentação foi aceite pelo ministério que decidiu autorizar a prorrogação até dia 22 de Outubro o prazo de entrega do relatório final com vista ao apuramento das causas do acidente.
Este adiamento pode levar à falência da empresa Metro de Mirandela. É pelo menos este o receio do presidente da sociedade e da câmara. José Silvano concorda que sejam desenvolvidos todos os esforços para apurar as causas do acidente nem que para isso seja necessário este prolongamento do prazo.
Mas o autarca alerta que a sustentabilidade da empresa pode ficar em causa “porque não tem receitas e segundo porque tem as mesmas despesas quer com o pessoal quer com os custos inerente à circulação agravados ainda por despesas que pagam os táxis para chegar ao Tua”. José Silvano revela ainda que há “menos receitas e mais despesas”. “Isso preocupa-me porque pode a prazo levar à falência desta pequena empresa que suporta a circulação do Metro de Mirandela”, considera o presidente da Câmara Municipal de Mirandela.
O autarca acrescenta que o metro já esteve parado vários meses com os sucessivos acidentes na linha. Além disso, a autarquia já se viu obrigada a transferir verbas para a sociedade Metro de Mirandela. “Quanto mais tempo demorar mais se agrava a situação, já esteve seis meses no primeiro acidente, mais um mês no conjunto dos outros dois, agora mais dois meses, acho que não há empresa que aguente estando 10 ou 12 meses sem funcionar”, lamenta José Silvano referindo que “o somar das causas é que pode levar às dificuldades financeiras da empresa, que já estão a ser sentidas”. O autarca revela que “a câmara está a transferir cerca de 5000 euros mensais para o Metro, além do que a CP transfere para o Metro, que corresponde ao valor de 120 mil euros por ano e que não devia servir para mera exploração mas para investimento”.
Mesmo em termos turísticos, o autarca de Mirandela teme que os operadores do sector comecem a escolher percursos alternativos. “Isto também prejudica fortemente o turismo regional, porque quanto mais tempo demorar a conhecerem-se as conclusões, mais as pessoas podem escolher outros sectores de turismo e abandonar o vale do Douro e o vale do Tua”, alerta José Silvano.
Entretanto, o partido ecologista “Os Verdes” lamenta que a linha do Tua tenha de estar encerrada nas comemorações do seu 121º aniversário que se assinala no próximo sábado.
Na segunda-feira, Os Verdes vão ser recebidos pela secretária de estado da cultura a quem vão apresentar as suas preocupações relativas às ameaças que pesam sobre uma infra-estrutura que consideram ser uma peça importante do património cultural e paisagístico do Alto Douro Vinhateiro, classificado como Património da Humanidade, pela UNESCO.