Cáritas Diocesana Bragança-Miranda é a única do país a ter grupo de apoio a pessoas em situação de catástrofe

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Qua, 31/07/2024 - 08:59


A Cáritas Diocesana de Bragança-Miranda foi a única, no país, que respondeu ao apelo que a Cáritas Portuguesa lançou em 2019: a constituição de grupos de apoio a pessoas evacuadas

Com os incêndios de 2017 notou-se que havia “ausência da Igreja” em caso de calamidade. E foi assim que nasceu o Grupo de Emergências e Catástrofes da Cáritas Diocesana de Bragança-Miranda.

O grupo está preparado para a instalação de uma Zona de Concentração de Apoio à População, uma ZCAP, onde as pessoas poderão permanecer, em caso de catástrofe, com as com as condições básicas e com apoio a vários níveis, estando assegurada a alimentação, dormida, agasalhos, medicamentos, apoio psicológico, entre outros.

Hélder Pires é o grande responsável pela existência do GEC e esclarece que, apesar de ainda não terem ido para o terreno, em termos reais, o grupo está preparado.

O Grupo de Emergências e Catástrofes da Cáritas Diocesana de Bragança-Miranda é composto por cerca de 70 voluntários. “Uma equipa multidisciplinar, desde psicólogos, assistentes sociais, professores, educadores sociais. Esta acção pretende dar resposta às populações e estamos perfeitamente disponíveis. Tentámos que todos fizessem formação”, explicou.

Os voluntários do grupo têm formação na área das zonas de concentração, de forma a perceber como dar a “resposta mais certa” mas também já fizeram formações de suporte básico de vida e suporte avançado. Já participaram na Operação Fénix 2021, em Alfândega da Fé, num simulacro transfronteiriço, na Moimenta, em Vinhais, e num outro em Rebordainhos, no concelho de Bragança. Os psicólogos do grupo também estão a fazer formação no Centro de Apoio Psicológico e Intervenção em Crise, com o INEM, no Porto. Apesar de formações não faltarem, falta material. “Faz falta voluntários, falta equipamento, temos apenas 30 burros de mato no distrito, seria necessário duplicar ou triplicar, falta um posto de comando móvel”, numerou.

Flávia Lucas é psicóloga. Integra o GEC desde que este se formou e é a coordenadora da equipa de psicologia. Esta aventura já lhe rendeu muito, a todos os níveis. “Todos os exercícios não são situações reais mas são muito intensos, estão cheios de adrenalina, porque fazemos como se fosse a sério e isso implica uma preparação, rigor, responsabilização que fazemos com gosto”, disse.

Patrícia Líbano é professora no Instituto Politécnico de Bragança e, no grupo, é a coordenadora de ZCAP. A docente também não podia estar mais agradada em integrar o GEC. “A principal motivação é sobretudo o bem-comum, portanto dedicamo-nos voluntariamente de corpo e alma”, frisou.

Cátia do Vale é assistente social e é a coordenadora de logística do grupo. Integra-o desde o começo e diz que ajudar o próximo é uma missão de vida. “Sem dúvida que é um trabalho muito gratificante. Já auxiliamos na vacinação, tempo de covid, mas em termos de emergência ainda não actuamos”, referiu.

O GEC actua no antes, no durante e no após, nas áreas de psicologia, assistência social, evacuação e resgate, logística e instalação de Zonas de Concentração de Apoio à População, uma valência que oferece às pessoas um local seguro para permanecerem, em caso de emergência.

Escrito por Brigantia

 

Jornalista: 
Carina Alves