Campanha não convenceu brigantinos a votar nas Europeias

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Sex, 05/06/2009 - 14:56


As eleições para o Parlamento Europeu são já no próximo domingo mas estão ameaçadas pela grande taxa de abstenção. Em Bragança são várias as pessoas que se mostram desiludidas com a campanha e admitem não votar por não ficaram esclarecidas.  

“Nem estou interessado em ser esclarecido. Não dizem nada que esclareça as pessoas, só se insultam uns aos outros. Não me interessa a campanha”, diz Rui Vara, que confessa que não vai votar. António Martins comenta que “só querem é ganhar ordenados grandes” e os cidadãos “é que pagam a crise”. Por isso vai “às urnas” mas não vota “por nenhum”.

Já Rui Gonçalves, apesar considerar que “andam mais uns contra os outros do que propriamente para atingir os objectivos que se pretende”, diz que vai “votar, claro”.

Ana Preto não se sente esclarecida, porque “a comunicação social tem dado mais importância ao facto de os candidatos se oporem entre eles e não tanto esclarecer o que vão fazer se forem eleitos”. Por isso está “muito indecisa” e, “em princípio”, não vai votar. Daniela Pereira é mais radical, defende que “há certos candidatos mais explícitos mas há outros dos quais não se retira conclusão nenhuma”. Por isso é peremptória: “Votar? Não.”

 

Sílvia Nobre, coordenadora do Europe Direct de Bragança, um organismo de informação europeia instalado no Instituto Politécnico de Bragança há cinco anos, diz que o problema é “as pessoas sentirem-se distantes” da Europa.

 

“Sentem que é algo um pouco mais distante e alguém há-de resolver. Acho isso errado porque, no fundo, todas as políticas nacionais em Portugal são muito determinadas pelas leis europeias que forem aprovadas.” Admitindo “responsabilidades de todos”, sente que “se as pessoas não se quiserem interessar, é difícil interessá-las à força”.

 

Sílvia Nobre diz que se deve ir votar porque quanto maior a participação nas urnas, maior é o poder dos deputados portugueses no Parlamento Europeu. E a região transmontana já beneficiou com os dinheiros que chegam da União Europeia: “nomeadamente através de um conjunto enorme de infra-estruturas que foi possível fazer, não só porque houve recursos financeiros para o fazer mas porque houve também um imperativo político”. Sílvia Nobre dá o exemplo da “agricultura, que beneficiou de uma série de apoios, mas sobretudo a rede de escolas ou de estradas”.  

 

A corrida às eleições europeias começa já hoje. Os emigrantes portugueses são os primeiros a votar.

  Escrito por Brigantia