Sex, 28/10/2011 - 11:22
Depois de conhecida a acusação do Ministério Público ao docente de 52 anos, sobre alegados casos de abusos sexuais sobre alunas suas, em Pegarinhos, (Alijó), os pais dos alunos que tinham aulas de música em Alfândega da Fé, leccionadas pelo docente em causa, consideram que não há condições para a continuidade do professor.
Foi o que transmitiram, ontem, à tarde, na reunião com a presidente do município de Alfândega da Fé. Berta Nunes aceitou os argumentos e suspendeu de imediato o professor de música.
A autarca tomou esta decisão, após uma reunião com cerca de duas dezenas de pais de alunos das duas turmas que tinham aulas de música leccionadas pelo professor de 52 anos, contratado pelo município, este ano lectivo, para as actividades extra-curriculares (AEC’s) do agrupamento escolar da vila. Berta Nunes diz ter sido uma decisão consensual e compreensível depois de ter vindo a público a notícia do alegado envolvimento em casos de abusos sexuais com menores, os pais consideram que o professor não tem condições para continuar a dar aulas.
“Ficou decidido suspender as aulas dadas pelo professor e substituí-lo por outro professor da escola. Já contactámos o professor em causa, que compreendeu e aceitou. Contactámos todos os pais de alunos que tinham aulas com ele nas AECs e foram unânimes em considerar que não havia condições para o professor continuar a leccionar.”
Apesar de reiterar que não existe qualquer queixa apresentada contra o professor em causa, Berta Nunes diz que não tinha outra opção senão aceitar a decisão dos pais.
“Independentemente do que vier a ser julgado em tribunal, os pais acharam que havia um risco que não queriam correr.”
A decisão já foi comunicada ao professor de música de Mirandela que será substituído por um outro docente da área musical que também está na escola. Entretanto, a direcção da Associação de Pais do agrupamento de escolas de Alfândega da Fé também decidiu suspender o grupo musical Orff, constituído por cerca de 30 alunos entre os 5 e os 15 anos de idade, cujo coordenador era o professor em causa. Um projecto que era gerido pela Associação de Pais com apoio financeiro do município. Apesar de suspenso, o docente vai continuar a receber o seu salário conforme o contrato estabelecido com o município. Berta Nunes explica que não se pode avançar para uma rescisão do contrato sem antes o gabinete jurídico analisar se há motivos legais para tal, tendo em conta que não há qualquer queixa apresentada na escola contra o professor.
Escrito por CIR