Brigantinos contra medidas anti-crise anunciadas pelo Governo

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Qui, 30/09/2010 - 16:26


As medidas ontem anunciadas pelo Governo para combater a crise financeira são péssimas para a região. Quem o diz é o presidente da Câmara de Bragança.

“É péssimo porque o centralismo dos últimos anos tem conduzido o país para caminhos de empobrecimento e despovoamento do Interior, despovoamento dos campos e de desigualdades sociais e territoriais acentuadas”, sublinha Jorge Nunes. O autarca diz mesmo que os cortes nas transferências para as autarquias vão afectar alguns projectos do município.

“Evidentemente que interfere com investimentos programados, em Bragança e no resto do país. O facto de a aplicação de fundos comunitários atribuídos no âmbito do QREN não estar a ser concretizada é um sinal bem claro da dificuldade enorme que o país tem de dispor de recursos próprios para dispor de fundos comunitários. São fragilidades muito fortes que atingem os mais fracos e mais os territórios do Interior.”

Na rua, a população divide-se. Mas os mais velhos não compreendem as medidas, sobretudo as que afectam os reformados.

“A gente paga tanto e agora vamos pagar mais porquê? Já recebemos muito, não é?”, queixa-se Porfírio de Jesus. José Figueiredo, por sua vez, diz que “é uma pouca vergonha” e que o Governo devia cortar mais na despesa, sobretudo “no ordenado que eles, os ministros ganham, e aos reformados que têm reformas de três e quatro mil euros”.

 

Mesmo assim, há quem se mostre resignado.

“Andaram a brincar durante tanto tempo que chegou-se a esta altura. Se a Europa adoptou estas medidas há algum tempo, logicamente que Portugal não podia continuar a brincar”, diz Orlando Afonso.

Já Peter Bank, um britânico que vive no Algarve, diz que eram medidas “necessárias”. “Tanto Portugal como Inglaterra vivem uma crise mundial, a pior que já tivemos. É preciso cortar na despesa e aumentar receitas. É isso que está a ser feito em Inglaterra e, agora, imagino que também em Portugal”, diz.

As medidas anunciadas ontem pelo Governo para combater a crise a não serem bem-vistas pelos transmontanos.

Escrito por Brigantia