Bragança vê a crise passar ao lado

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Qua, 20/05/2009 - 08:12


A crise parece estar a passar a lado do distrito de Bragança. São os próprios sindicatos quem o afirma. Um cenário que contraste com o aumento dos pedidos de ajuda junto das Instituições Particulares de Solidariedade Social.  

A União de Sindicatos de Bragança encontrou-se ontem com o bispo da Diocese Bragança-Miranda para lhe entregar um documento onde resumia os principais problemas que afectam a região.

 

No entanto, Nuno Barreira, o coordenador da União de Sindicatos, admite que a crise não se está a fazer sentir no distrito pois o desemprego não é notório.

 

“Não pode haver grandes despedimentos porque também não há indústria. É um distrito onde o pessoal trabalha na indústria hoteleira, na construção civil… temos a Faurécia e a Sortegel. São empregos sazonais. Não se nota muito a crise de emprego. Nota-se um pouco na construção civil, de pessoas que vieram de Espanha, mas lá há uma ou outra vivenda que vai sendo construída e dá emprego a essas pessoas.”

 

Esta opinião é partilhada por Dom António Montes Moreira, bispo de Bragança.

 

“Tenho a impressão que a situação noutras áreas do país, como o litoral ou as franjas das grandes cidades, é bem pior do que a nossa”, diz. “Mas não a saberia documentar com números”, adverte, contudo, o clérigo.

 

O bispo da diocese de Bragança-Miranda refere ainda que algumas Instituições Particulares de Solidariedade Social lhe traçam um cenário preocupante já que os pedidos de ajudas não páram de aumentar.

 

“Tenho contactos muito frequentes com a Cáritas e notam que há mais pedidos de ajuda”, confirma.

 

Nuno Barreira, o coordenador da União de Sindicatos de Bragança explica este contraste.

 

“Não há crise de as pessoas terem ficado sem emprego agora. Mas há diversas pessoas que andam em cursos de formação anos e anos e acabam por nunca conseguir um emprego. Outras acabam o fundo de desemprego e passam a viver de esmolas”, diz Nuno Barreira.

 

A diocese acredita que se não fosse o voluntariado e os centros sociais e paroquiais, a situação seria bem pior.

  Escrito por Brigantia