Bloco de Esquerda desafia Jorge Gomes a clarificar posição sobre a linha

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Sex, 29/08/2008 - 08:55


O Bloco de Esquerda contesta a tomada de posição do governador civil de Bragança em relação ao acidente na Linha do Tua, afirmando que o representante do governo não teve uma atitude clara a favor da manutenção da linha.  

Em conferência de imprensa, Pedro Soares, membro da Mesa Nacional do Bloco e da Comissão Permanente do partido critica a atitude de Jorge Gomes e desafia-o a clarificar a sua posição relativamente à manutenção ou encerramento da linha associado à construção da barragem.

 

“O governador civil não teve uma posição clara sobre a linha Tua, fez umas considerações genéricas e universais de que não quer mais mortes na linha, mas isso é uma consideração que se aplica a qualquer linha férrea no país ou do mundo” afirma o responsável politico. “Como governador civil exige-se que diga se de facto vai fazer tudo para que o traçado da linha se mantenha, o que implica a não construção da barragem Foz-Tua tal como está prevista” acrescenta.

 

O Bloco de Esquerda quer ainda ver o Ministro da Obras Públicas prestar esclarecimentos no Parlamento, uma vez que segundo Pedro Soares é importante evitar suspeições acerca dos acidentes na linha. “Por detrás de tudo isto, continua a decorrer o processo relativo á construção da barragem e por isso é fundamental que não haja qualquer suspeição de que estes acidentes possam ter alguma relação com os interesses ligados a esse empreendimento” afirma, salientando que “é fundamental que o ministro vá ao parlamento”.

 

Perante as recentes declarações do autarca de Mirandela em que José Silvano alertava para o facto da necessidade de investimentos poder ditar o fim da linha, Pedro Soares afirma que é preciso ter cuidado com as especulações. “Especular sobre essa matéria é, neste momento, pouco avisado da parte de quem diz que quer defender a linha” refere. Por isso, “recomendamos algum cuidado ao presidente da câmara de Mirandela nesse tipo de afirmações”.

 

O Bloco de Esquerda defendeu ainda a manutenção da linha do Tua com o prolongamento da via-férrea até Bragança.