Autarca acusa IGESPAR de travar requalificação de igreja classificada

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Sex, 06/05/2011 - 09:27


São necessários cerca de 500 mil euros para as obras de recuperação da igreja paroquial de Vilarinho de Agrochão, no concelho de Macedo de Cavaleiros. Classificada como Imóvel de Interesse Público, a igreja teve há 12 anos a intervenção do IGESPAR (Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico) mas não foi suficiente para recuperar totalmente o templo.Por ser um imóvel classificado, o excesso de burocracia é apontado pelo presidente da junta como um dos entraves à recuperação. 

Classificada há 41 anos como Imóvel de Interesse Público, a igreja paroquial de Vilarinho de Agrochão é a única do concelho de Macedo de Cavaleiros a estar protegida pelo IGESPAR. Um facto que tem vindo a atrair cada vez mais visitantes à aldeia mas que, por outro lado não permite que se façam obras sem responder às exigências do Instituto. Há 12 anos que foi intervencionada, no entanto, são necessários outros reparos cujo orçamento varia entre os 450 e os 500 mil euros.“Na altura foi mudado o telhado, a instalação eléctrica, os textos recuperados” refere o presidente da junta, mas “a parte que mais custa, entre os 400 e os 500 mil euros, é o chão e a talha dos altares que estão um bocado danificados”. Além disso, “por fora o aspecto também é muito mau porque eles não deixam pôr tinta” refere Manuel Mico. Manuel Mico refere ainda que não é possível recorrer a programas de apoio ao financiamento, estando completamente dependentes do IGESPAR. Salienta que a junta de freguesia e o próprio pároco têm vindo a esforçar-se para recuperar o monumento mas até agora sem sucesso.“O maior problema é que enquanto outro tipo de igrejas se podem candidatar às TNS’s esta não pode porque estamos limitados, sempre à espera do IGESPAR” afirma. “Já foi feito um orçamento e enviado para lá para tentarmos arranjar um altar de cada vez. Nós até estávamos na disponibilidade de ajudar mas foi simplesmente recusado”. Apesar disso, o autarca refere que principal entrave é o factor monetário e que os antepassados não souberam preservar a igreja.“Retiraram as cantarias e puseram mosaico, uma coisa que era preferível não ter feito. Pintaram com cal onde havia frescos” recorda. A igreja paroquial de Vilarinho de Agrochão é um templo barroco do século XVIII, classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1970.

O IGESPAR remete esclarecimentos para a Direcção Regional de Cultura do Norte que ainda não se pronunciou sobre o assunto.

Escrito por CIR