Aumento de custos é o principal problema dos transportes urbanos

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Seg, 14/06/2010 - 09:40


O aumento de custos e a desertificação foram alguns dos problemas abordados no Encontro Nacional de Trabalhadores dos Transportes Urbanos. Uma iniciativa que no último sábado juntou em Bragança mais de 600 pessoas de vários pontos do país

“O problema é o custo elevado. São autocarros, distâncias longas, o preço dos combustíveis. Cada vez fica mais caro por pessoa. Por outro lado, se as condições das famílias piorarem, mais recorrerão aos transportes públicos. Teremos de ter oferta para suprir as necessidades.” Rui Caseiro, vice-presidente da câmara de Bragança, sublinha que apesar do aumento dos custos, o serviço não será extinto.“O desafio é satisfazer a população a custos menores. Estamos num concelho despovoado e com área rural. Extinguir? De maneira alguma. É um dever da administração pública.”Já Adelino Afonso, que participou na criação dos STUB, em Bragança, diz que actualmente se transporta um terço dos passageiros de há 25 anos. Mas o serviço tem de continuar.“[A continuidade] justifica-se porque estão mais virados para o transporte escolar. Mas foram os transportes urbanos que tiraram muita gente das aldeias e as puseram a trabalhar na cidade.”O encontro juntou os participantes no castelo, para a visita a dois museus da cidade. Mas, na hora do almoço, só as administrações tiveram direito a lugar no restaurante. O vice-presidente da autarquia diz que faz parte da tradição.“A tradição é assim. Cada um traz a sua merenda. É uma prática que já vem de há muitos anos e temos respeitado. Oferecemos é a todos os participantes um lanche na despedida.”Mas nem todos concordam. Fernando Saldanha foi o mentor dos transportes urbanos em Bragança e responsável pela criação do movimento de trabalhadores.À Brigantia confessa que ficou chocado com a divisão.“O que me tinha dito o responsável é que ia ser tudo junto. Por isso, fiquei chocado. Quando organizei o primeiro encontro, na mata do seminário, deu um trabalho enorme, mas era tudo junto.”A Brigantia tentou ouvir alguns dos 22 trabalhadores de Bragança no activo mas nenhum se mostrou disponível para falar ao microfone. Neste encontro nacional estiveram presentes trabalhadores dos transportes urbanos de Braga, Bragança, Aveiro, Coimbra, Portalegre, Barreiro e Porto. escrito por Brigantia