Sex, 28/08/2009 - 09:22
O projecto foi lançado há cinco anos e agora há prazos que estão a esgotar, como explica Fernando Sousa, secretario técnico da associação.
“Estamos desesperados porque temos de levantar a licença de obra na câmara e o prazo já foi prorrogado por uma vez, que é a única que pode ser feita. Para levantar a licença de obra temos de ter selecionada a empresa que vai construir e neste momento não temos condições de avançar para a adjudicação.”
O projecto foi apresentado ao Programa de Desenvolvimento Rural em Janeiro e tinha seis meses para ser apreciado, mas o processo está atrasado.
“Esperávamos que já tivesse sido apreciada mas sabemos que há atrasos porque estava a fazer-se o encerramento do programa Agro e Agris, que só terminou em 30 de Junho e só a partir de Julho é que os técnicos se puderam debruçar sobre as candidaturas. O motivo da nossa ansiedade é o facto de não termos informação de quando vamos ter uma resposta para negociar melhor com a empresa de construção. É que atrasos de construção são prejuízos para a dona da obra.”
Sem a garantia da aprovação da candidatura do PRODER, a cooperativa não tem possibilidade de avançar com o investimento de quatro milhões de euros.
“Não temos essa verba disponível. A cooperativa tem 1 milhão e 200 mil euros disponíveis, vai ter de fazer uma emissão de títulos de investimentos junto dos seus cooperantes no valor de 290 mil euros e, para além disso, tem de contratualizar junto de uma instituição bancária no valor de um milhão de euros. Para além disso conta com o financiamento do programa Proder. Temos todas essas condições reunidas menos a parte do Proder. Sem essa não vai poder lançar uma obra de quatro milhões quando depois lhe falta 1,5 milhões de euros, qualquer coisa como 39 por cento do capital necessário para o investimento.”
Fernando Sousa espera que a candidatura seja aprovada ainda este ano para não hipotecar o projecto e a própria cooperativa.
“Se não tivermos essa situação clarificada este ano, em 2010 vamos passar mal e quando vier a recuperação em 2011 não vai ser recuperação para nós. Temos de fazer alguma coisa. E o facto de ser aprovado o Proder não significa que vamos logo trabalhar lá. Só poderemos explorar esta unidade cerca de 18 meses depois de ser adjudicada, o que vai cair lá para 2011, numa altura em que se espera recuperação económica e nós deveríamos estar a trabalhar a todo o vapor para a poder aproveitar.”
A Associação de Criadores de Bovinos de Raça Mirandesa já gastou 72 mil euros no projecto para a construção da unidade industrial de abate, desmancha e transformação de carne mirandesa.
Escrito por Brigantia