Arquitecto aponta erros que conduziram ao “esvaziamento do centro histórico de Bragança

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Qui, 17/11/2011 - 10:22


As intervenções no âmbito do Polis e do PROCOM na zona histórica de Bragança contribuíram para afastar as pessoas do centro da cidade. A constatação foi feita anteontem pelo arquitecto Ortega, durante a intervenção no colóquio “Reabilitação Urbana no contexto das Novas Políticas Urbanísticas”, promovido pela Assembleia Municipal de Bragança. João Ortega afirma que o comércio saiu prejudicado, porque as intervenções dificultam a vinda das pessoas ao centro da cidade.

“Estas duas intervenções, sobretudo o PROCOM, reduziram claramente a plurifuncionalidade da nossa rua, o que significa que temos os lugares arrumados para cada uma das funções, mas aquelas que não foram previstas é muito difícil acontecerem, nomeadamente o simples parar para comprarmos o jornal ou qualquer outro produto”, salienta João Ortega.

 

O arquitecto, que também é professor no ensino secundário, afirma que os estudantes não conhecem o centro histórico de Bragança. Para João Ortega esta situação é preocupante e deve-se ao facto dos serviços terem sido retirados do centro da cidade.

 

“Eu como professor e tendo uma classe etária entre os 12 e os 19 anos sempre que tento abordar a cidade com os meus alunos há duas constatações muito preocupantes, primeiro que não conhecem a cidade e segundo que não conhecem a cidade”, realça o professor.

 

João Ortega afirma que a solução para dinamizar o centro histórico é voltar a trazer serviços para esta zona da cidade.

 

“Para mim uma das questões do centro histórico passa pela recuperação da centralidade que ela perdeu. Saíram os serviços públicos, podemos enumerá-los desde os bombeiros, à administração que foi progressivamente saindo, se olharmos para as últimas décadas, para esta construção da cidade nova que aconteceu nas últimas três décadas e também pela saída sistemática das escolas do centro tradicional”, afirma o arquitecto.

 

O arquitecto Ortega a defender o regresso das instituições públicas para o centro para povoar a zona histórica de Bragança.

Escrito por Brigantia