Qui, 24/11/2022 - 08:50
O “Instituto de Língua Mirandesa” surge de uma proposta de alteração ao Orçamento do Estado, que foi sugerida pelo único deputado do Livre, Rui Tavares, e o Partido Socialista acaba de a aprovar.
O presidente da Associaçon de la Lhéngua i Cultura Mirandesa, Alfredo Cameirão, explica que há uma dotação financeira de 100 mil euros para tudo seja posto em prática. "A proposta que o Livre levou à negociação para rectificação do Orçamento do Estado é que se deve criar um organismo que possa responsabilizar-se pela língua mirandesa, nomeadamente que deva garantir algumas premissas da Carta Europeia das Línguas Regionais ou Minoritárias, com dotação orçamental específica, que, tanto quanto sabemos, será de 100 mil euros".
Na proposta que o Livre apresentou lê-se que, apesar de todos os esforços, a língua "encontra-se seriamente ameaçada". O Livre alerta ainda para o facto de se correr o risco de a língua deixar de ser falada de forma corrente, nos próximos anos.
Alfredo Cameirão quer ver medidas de promoção em curso. "Significa, desde logo, uma das poucas assunções de responsabilidade do Estado para com a língua mirandesa. A efectivar-se, isto significa que vai aparecer um organismo que possa congregar vontades e responder pela língua, delineando estratégias de promoção, divulgação e preservação".
A língua é ensinada nas escolas do concelho de Miranda do Douro mas continuam a faltar manuais. O Governo continua sem arranjar uma solução para esta falha e associação, com meios próprios, pouco ou nada pode fazer. "Essa é uma das lacunas mais claras e mais evidentes. O mirandês é ensinado nas escolas desde meados dos anos 80. Todas estas décadas depois não há um programa oficial do Ministério da Educação nem há manuais. Cada um dos professores tem um trabalho hercúleo de construção dos seus manuais e do seu próprio programa, ano a ano. Continuamos a fazer esforços nesse sentido porque é uma das lacunas mais gritantes".
A proposta apresentada pelo deputado único do Livre foi aprovada na Comissão de Orçamento e Finanças, no parlamento.
Escrito por Brigantia