Ameaça de penhora no Matadouro do Cachão

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Qua, 02/03/2011 - 09:20


Os trabalhadores do matadouro do cachão fecharam ontem os portões da empresa para tentar impedir a penhora de máquinas e viaturas por parte de um credor. A presença de alguns elementos da Guarda Nacional Republicana, um rebocador e de uma solicitadora de execução, serviu para alertar os funcionários.  

Perante este últimos acontecimentos, os trabalhadores estão seriamente preocupados com a manutenção dos seus postos de trabalho.

“Deparámos aqui com uma situação que ainda nunca tinha acontecido que foi aparecer um carro de carga para carregar algumas viaturas, como era o caso de um tractor e duas carrinhas que era para pagar uma divida a um fornecedor” confirma um dos trabalhadores, Hermínio Alves, acrescentando que “isso não está bem porque que deveria assumir essas responsabilidades deveriam ser as pessoas que puseram o matadouro neste estado. Nós não sabemos o que nos pode acontecer amanhã pois podemos chegar aqui e encontrar as portas fechadas. É que isto está mesmo mal”.

 

Já a falta de cartões de ponto no início do dia, foi encarada com alguma desconfiança por parte dos trabalhadores do matadouro do cachão.

“Começámos a comentar o que é que se passava porque ainda não tínhamos os cartões deste mês” afirma.

Perante este clima de incerteza e apesar de não terem ordenados em atraso, este trabalhador diz que o futuro poderá mesmo passar pelo encerramento do matadouro.

“Os vencimentos estão actualizados, mas nós andamos a trabalhar e não sabemos se recebemos nem em que dia. Devia haver alguém que tivesse mão nisto e se não houver outra solução que feche” considera o trabalhador.

 

Os portões do matadouro foram entretanto abertos para a entrada de gado.

Recorde-se que a AIN (Agro Industrial do Nordeste), com o capital social repartido pelas câmaras de Mirandela e Vila Flor, adquiriu o matadouro, há quatro anos, à PEC Nordeste, um negócio que envolveu 450 mil euros.

Têm sido sistemáticos os problemas financeiros que já levaram a atrasos no pagamento de salários aos cerca de 40 trabalhadores daquela unidade de abate.

 

Apesar da comunicação social ter sido obrigada a abandonar as instalações do matadouro do cachão pela actual gerência, ouvimos o presidente da Câmara de Mirandela, que afirma não ter sido penhorado nenhum bem do matadouro.

José Silvano diz que foi encontrado um entendimento entre as partes.

“Os administradores ficaram como fiéis depositários dos bens que íam ser penhorados até arranjarmos soluções alternativas pois também estamos à espera de receber de alguns credores para poder pagar a essas empresas” refere o autarca.

 

Apesar das dificuldades, Silvano apela à calma dos trabalhadores para que seja encontrada uma solução definitiva para o matadouro do Cachão.

“As câmaras estão a fazer tudo para que os funcionários recebam e não haja despedimentos e nós queremos arranjar uma situação que seja capaz de manter os postos de trabalho no futuro” afirma. “Ou arranjamos uma empresa privada para lá ficar ou nós assumimos a gestão dos Chão ate acharmos que temos condições financeiras para prosseguir” acrescenta.

Escrito por CIR