Alto Douro pode perder estatuto de Património da Humanidade

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Ter, 25/08/2009 - 14:44


O Alto Douro Vinhateiro pode vir a perder a qualificação de Património da Humanidade, atribuída pela UNESCO.  

O alerta parte de Manuela Cunha, cabeça de lista da CDU pelo distrito de Bragança às próximas legislativas.

Ontem, o partido Os Verdes entregou na Assembleia da República uma pergunta dirigida aos Ministérios do Ambiente e da Cultura, no sentido de saber se o Estado já tinha informado a UNESCO da construção da barragem.

Segundo os Verdes, esta albufeira vai afectar o Douro Património da Humanidade.

 

 Manuela Cunha revela mesmo que em reuniões já mantidas entre Os Verdes e aquela organização das Nações Unidas, surgiu a ameaça.

“Na reunião que tive em Paris com a representante mais importante para a Europa e com a senhora que acompanha o processo no terreno elas confessaram que estavam chocadas com esta atitude do Governo português. Inclusive, informaram-me que não era a primeira vez que a UNESCO ameaçava de desclassificação quando uma atitude destas acontecia.”

 Manuela Cunha alerta ainda para os danos que uma desclassificação causaria na imagem do Douro.

 

“As implicações são enormes, em termos de imagem turística”, sublinhou, adiantando que essa “não é” a pretensão dos Verdes. “O que Os Verdes pretendem é que o Estado cumpra com as obrigações que essa classificação implica. O Governo ficou perante a UNESCO como “guardião do templo”. É obrigado a preservar aquilo que levou à classificação, a paisagem, a sua humanização, mas através das vinhas e socalcos e não com barragens.”

 Esta questão surge na sequência dos Verdes pela linha do Tua.  

“Os Verdes estão empenhados em defender a linha do Tua e a sua submersão. Uma das questões que isso levanta é que viola o compromisso que Portugal assumiu no quadro da UNESCO. Por isso, o Estado estava obrigado, antes de iniciar a construção da barragem, em consultar a UNESCO. O que queremos saber é se hoje, já o fez.”

 

"Os Verdes" querem que o Governo esclareça se comunicou à UNESCO a intenção de construir a barragem nesta área e, em caso afirmativo, quando ocorreu tal comunicação e qual foi a reacção da UNESCO.

 

Escrito por Brigantia