Sex, 23/07/2010 - 10:29
A proposta do Executivo foi aprovada por unanimidade na última Assembleia Municipal, mesmo depois das críticas do presidente da concelhia do PSD ao negócio.
A autarca Berta Nunes revela mesmo alguma surpresa com o resultado da votação.
“O concurso que vamos abrir muito em breve foi aprovado por unanimidade, e prevê três opções, alienação do capital social total, parcialmente e cessão de exploração”, explica, adiantando que a votação mostra “que o presidente da concelhia do PSD, que disse que era contra, está a votar sozinho”, até porque, diz Berta Nunes, “quando o anterior presidente da câmara, do PSD, propôs a venda ao senhor Chabby Rodrigues, o PSD votou a favor”.
Uma venda que se insere no plano de saneamento financeiro, que foi aprovado também por unanimidade na AM e será agora enviado para o tribunal de contas, e que prevê um empréstimo de nove milhões e meio de euros para o pagamento de passivo a curto prazo.
“Esse passivo a curto prazo inclui dívida a fornecedores, facturing e leasings e a cobertura de prejuízos das empresas municipais, o que nos vai permitir fazer uma limpeza das dívidas a fornecedores.”
Berta Nunes espera, com estas medidas, tornar exemplar a câmara de Alfândega da Fé.
“Com este plano de saneamento aprovado e com as medidas que temos vindo a tomar para uma gestão rigorosa, consideramos ter todas as condições para todo o investimento previsto no QREN e pagar a tempo e horas. Queremos ser uma câmara exemplar nesse aspecto, até porque os atrasos nos pagamentos aos fornecedores, que chegavam aos dois anos, põe em causa a economia local e a sobrevivência das próprias empresas.”
Já a Empresa de Desenvolvimento de Alfândega da Fé (EDEAF), que também será vendida, terá de permanecer nas mãos da autarquia pelo menos até ao próximo mandato, devido às dívidas de quase um milhão de euros.
“Todas as micro-empresas estão entregues a privados. Resta a EDEAF que tem um passivo que temos de pagar. Só depois disso podemos extingui-la. Neste mandato não vai ser possível porque só conseguimos pagar a dívida em, pelo menos, cinco anos.”
As restantes microempresas, como a Alfamel e Alfadoce, estão entregues à Cem por Cento Trás-os-Montes, que ganhou o concurso, enquanto a queijaria e a Alfapac estão já nas mãos da Cooperativa Agrícola.
Escrito por Brigantia