Qua, 02/03/2011 - 09:15
“Nós sabemos que a maior parte das aldeias tem gente idosa e precisa de ir a Bragança uma vez por mês para obter as receitas dos medicamentos e muitas das vezes vão lá de propósito e assim evita-se essa deslocação e dá-se mais comodidade às pessoas” refere Carlos Fernandes, o presidente da associação, explicando que “a média passa as receitas, a associação leva as receitas para Bragança e a farmácia vem trazer os medicamentos ao domicílio”.
Esta iniciativa resulta de um acordo feito com a Associação Cultural e Recreativa de Rio de Onor e com a Clínica de Enfermagem Brigantina.
O médico vai à aldeia uma vez por mês.
O presidente da Associação cultural salienta a importância do regresso do médico à aldeia sobretudo para a população idosa.
“Após 20 anos as pessoas têm acesso novamente a um médico na aldeia” refere. Assim “não têm de se deslocar a Bragança apenas por uma receita, o médico vem sempre acompanhado de enfermeiras para fazer exames básicos como tensão, colesterol e diabetes e sem custos” acrescenta José Preto.
A Clínica de Enfermagem Brigantina vai disponibilizar 10 médicos para esta parceria.
A directora diz que para além da simples consulta os utentes vão ter à sua disposição outro tipo de serviços.
“Não é só passar a receita, também há consulta e depois todo um conjunto de exames complementares que o utente precisar não só em medicina geral como em algumas especialidades, com deslocação à clínica, e ainda fisioterapia e enfermagem” refere Sandra Mela.
A população manifesta-se satisfeita por esta iniciativa, salientando que as deslocações a Bragança já se tornavam um transtorno.
“Acho bem porque sou velha e preciso para não ir a Bragança porque quem não tem carro é complicado. Assim aqui fica pertinho” diz Maria Luísa Rodrigues de 86 anos. “Para mim é bem porque tenho de ir a Bragança e o carro faz-me muito mal. Assim aqui é mesmo ao lado de casa” refere Maria Marcelina Ximeno, de 80. Já Francisco Preto, com 84 anos, confessa que vai poucas vezes ao médico, mas agora “vou passar a ir mais, que remédio”. Josefa Preto, de 77, diz que “temos de sair daqui às sete para ir no autocarro e com este frio é complicado. O médico aqui na aldeia dá um jeitão”.
Ainda esta semana o serviço vai ser alargado às aldeias de Varge e Carragosa, em Bragança.
No concelho de Vinhais também já estão a decorrer negociações com algumas juntas de freguesia.
Escrito por Brigantia