Qua, 22/10/2008 - 09:58
De acordo com Ivone Florêncio, da Associação Reaprender a Viver, o acompanhamento a alcoólicos já era feito, mas de forma individual. No entanto, os utentes tinham necessidade de ter reuniões em grupo e esbarravam na dificuldade de ter somente em Vila Real as reuniões de AA mais próximas. “Tínhamos muito utentes que, apesar de andarem em tratamento e de estarem motivados para largar o vício, falavam em frequentar o grupo de Alcoólicos Anónimos em Vila Real, só que como quase todos estão inseridos profissionalmente acabavam por não ir lá”, explica Ivone Florêncio.
Com as reuniões em Bragança, a responsável espera agora esse motivo já não funcione.
A associação espera só a vinda de um grupo de AA do Porto para que se formalize o projecto na capital de distrito.
O acompanhamento a alcoólicos já acontecia na associação há cerca de dois anos, mas agora as sessões são em grupo e dinamizadas por um ex-alcoólico.
“Os utentes começaram por ser acompanhados psicologicamente”, refere Ivone Florêncio adiantando que depois a associação pediu a ajuda de Guilhermino Pereira, um ex-alcoólico e que vai ser o dinamizador do grupo dos AA. “ Como vimos que começou a ter sucesso, pelo facto do Sr. Guilhermino ter vivenciado a problemática, achamos por bem começar a fazer em grupo”, acrescenta.
Para já o grupo de Alcoólicos Anónimos conta com 6 pessoas, mas espera receber mais utentes que vivam com o problema do alcoolismo.
Guilhermino Rodrigues, o responsável pelo grupo de Alcoólicos Anónimos, fala de como a sua experiência pessoal e como ex-alcoólico ajuda quem está ainda a passar pelo problema. “Eu falo a linguagem deles, compreendo-lhes as necessidades, os anseios e os medos, porque senti na pele aquilo que eles hoje estão a sentir”, explica o dinamizador dos AA.
Para os que querem abandonar o álcool Guilhermino Rodrigues deixa ainda alguns conselhos e alerta, sobretudo, os jovens. No seu entender “a dificuldade maior é assumir aquilo que somos”, refere ao mesmo tempo que alerta a juventude que “está a enveredar por um caminho de alcoolismo total, sem se aperceber”.
Para além do apoio psicológico, a Associação Reaprender a Viver encaminha os seus utentes para hospitais e centros de saúde, bem como para o Centro Regional de Alcoologia do Norte.