Aires Ferreira processa empresa mineira

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Seg, 28/11/2011 - 09:27


A câmara de Torre de Moncorvo vai avançar com uma acção em tribunal por causa da inviabilização do projecto eólico previsto para a Serra do Reboredo.O anúncio da reactivação das minas de ferro fez com que o investidor desistisse da exploração da energia renovável por alegada incompatibilidade entre os dois projectos. 

Agora a autarquia quer ser ressarcida dos prejuízos e já entregou o caso a um gabinete de advogados que está ainda a estudar se para além da empresa mineira ainda vai ou não processar também o Estado.Segundo o presidente da câmara os prejuízos estão relacionados “não só com a renda que o município tem direito mas também porque havia investimentos previstos e que seriam financiados pelo projecto eólico, como é o caso do parque de campismo, o pólo de competitividade em engenharias renováveis” afirma. “Todas as perspectivas de desenvolvimento traçadas para este mandato ficaram em causa por uma atitude que nós só podemos reputar de má-fé porque não havia qualquer incompatibilidade entre o projecto mineiro e o projecto eólico e portanto agora a situação há-de ser resolvida no tribunal e espero que o município venha a ser ressarcido por esta perda” avança Aires Ferreira.Uma novidade avança pelo presidente da câmara de Moncorvo durante o Fórum de Energias Renováveis organizado no âmbito das comemorações dos 25 anos da Rádio Brigantia.O autarca acrescenta que a exploração mineira não vai compensar a perda do parque eólico.“Em todos os projectos energéticos há um concurso para os interessados o que dá transparência ao processo, mas na parte mineira reina a opacidade” acusa, pois neste caso “é uma empresa estrangeira que está interessada em fazer a exploração e depois assina-se um contrato para prospecção e estudo com uma empresa portuguesa que não é aquela a quem já se adjudicou os estudos anteriores”.Neste fórum esteve também presente o director de exploração da Rede Eléctrica Nacional (REN) onde anunciou que a empresa está disponível para prolongar até Bragança o ramal de acesso à rede, permitindo assim a viabilização de mais parques eólicos na região uma vez que o ponto de ligação mais próximo é em Macedo de Cavaleiros.“A REN vai adaptando a sua rede à medida que tem conhecimentos que os produtores têm os seus projectos em fase de licenciamento” afirma. “O ponto de Macedo de Cavaleiros tem uma grande capacidade e a partir dele é possível construir uma linha em direcção a Bragança e à rede espanhola se vierem a aparecer projectos” garante.Albino Marques salienta que nos últimos anos a REN investiu cerca de 50 milhões de euros na região transmontana.“Teve a ver com o reforço de potência em Bemposta e em Picote que já está concretizado. A barragem do Baixo Sabor está em execução e a de Foz Tua a iniciar e também com ma vontade de aumentar uma interligação com os sistema espanhol” explica. “Tudo isto deu origem a grandes investimentos que só até ao final do ano passado atingiram cerca de 50 milhões de euros o que significa que a REN deixou na região um grande investimento, uma forte infra-estrutura contribuindo em simultâneo para o desenvolvimento da região” salienta o responsável.

O investimento no prolongamento da rede será feito à medida que os novos projectos sejam licenciados uma vez que actual capacidade da rede já contabiliza os projectos previstos até 2022.

Escrito por Brigantia