Aires Ferreira não acredita no investimento na mina de ferro em Moncorvo

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Seg, 24/10/2011 - 11:32


O anunciado investimento de mil milhões de euros na reactivação das minas de ferro de Moncorvo poderá dar menos lucro ao concelho do que aquele que poderia ser obtido através do parque eólico que foi suspenso, precisamente, por causa do projecto mineiro. A convicção é do presidente da Câmara de Moncorvo, Aires Ferreira, que não hesita em afirmar que, nas últimas décadas, as minas não deram lucro ao concelho.

O autarca explica que foi a empresa MTI, que detém, até 2013, a concessão de estudo e prospecção do minério de ferro no concelho de Moncorvo, que inviabilizou um parque eólico que iria render milhões de euros ao município durante 20 anos:

“Moncorvo perdeu, porque foi por via da contestação da MTI que a direcção geral de geologia e geologia levou o consórcio a desistir do projecto, de dez milhões de euros.”

 Dez milhões de euros, cuja primeira fatia deveria ser entregue à Câmara ainda durante este ano:

“Três milhões e 700 deviam ser entregues à câmara no início do investimento em 2011. Mais perto de 300 mil euros anos durante 20 anos, com possibilidade de serem 25. Isso tudo somado são dez milhões de euros.”

 

Sem dez milhões e sem parque eólico, Aires Ferreira fica à espera a ver o que vai dar o projecto da reactivação das minas de ferro por parte de uma das maiores empresas mineiras do Mundo, a anglo-australiana Rio Tinto.

 

No entanto, o autarca alerta para a necessidade de compensar a população local, já que o impacte ambiental será muito maior do que o provocado pela construção da barragem do Baixo Sabor:

 

“É curioso que o impacto ambiental da barragem do Baixo Sabor tenha andado na berra mais de uma década. O impacto de uma exploração de minério a céu aberto é muito maior e a população tem de ser compensada.”

 

Aires Ferreira acredita que o minério de ferro há-de ser explorado um dia, mas tem muitas dúvidas que tal possa acontecer no curto prazo.

 

O presidente da Câmara de Torre de Moncorvo não entra em euforias e prefere encarar o futuro da extracção de ferro no seu concelho com prudência.

Escrito por CIR