Qui, 29/05/2025 - 09:20
Luís Reis, natural da aldeia de Talhas, no concelho de Macedo de Cavaleiros, é agricultor e preside a Associação de Criadores de Gado e Agricultores. É um dos agricultores que aposta no cultivo da oliveira, mas diz que a dependência em relação a Espanha é preocupante.
A redução repentina no preço do azeite, também não dá grande confiança aos produtores. “Os agricultores têm quase toda a produção nas cooperativas de Macedo de Cavaleiros e Izeda e ainda vamos receber esse valor, conforme o preço a que o azeite for vendido e vai ser bastante menos em relação ao ano passado”, assegurou.
Quanto à pecuária, há cada vez menos produtores o que faz aumentar o preço dos animais. “Temos procura de Espanha, que vem comprar o animal vivo, para depois acabarem a engorda e eles terem carne para eles, a preços fora do normal”, referiu.
Para o presidente da Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás-os-Montes, a agricultura “é o setor impulsionador que tem mantido o grau de desenvolvimento” da região. Não podendo apoiar diretamente o setor, Pedro Lima destaca que aquilo que se faz é criar “estratégias de desenvolvimento sub-regional”, que “vão favorecer a agricultura”, de forma indireta. Ou seja, com a valorização de produtos endógenos, como sendo através do PROVERE. Mas o presidente diz que os apoios não bastam. “O apoio só por si não gera uma riqueza. O que gera riqueza é a comercialização de produtos de altíssima qualidade, feitos de forma sustentável e artesanal e que sejam reconhecidos, criando uma fileira e uma riqueza que fique na terra, ou seja, os produtos devem ser acrescentados de valor na terra, embalados na terra e não aquela venda que se praticava, há pouco tempo, a granel”, salientou.
No que toca à agricultura inteligente, em que se utilizam tecnologias avançadas para tornar a produção agrícola mais eficiente, sustentável e lucrativa, Pedro Lima destaca que a região “tem potencial” para essa prática até porque no território há um aliado perfeito, o Instituto Politécnico de Bragança.
Esta prática permite, por exemplo, a redução de custos com mão-de-obra, que já se sabe que na região é altamente escassa.
Na região, a agricultura ainda é bastante tradicional e, sobretudo, para autoconsumo.
Escrito por Brigantia