Agência de desenvolvimento do vale do Tua fica em Mirandela

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Qua, 02/03/2011 - 09:17


Está decidido. Vai ficar em Mirandela a sede da agência de desenvolvimento regional do vale do Tua, uma das contrapartidas da construção da barragem de Foz-Tua e da consequente submersão de 16 quilómetros da centenária linha ferroviária. A decisão foi tomada em consenso entre os autarcas das cinco câmaras que integram esta nova agência.  

José Silvano, presidente da câmara de Mirandela, adianta que a sede vai funcionar provisoriamente no edifício da Associação de Municípios da Terra Quente Transmontana.

“Reunimos os cinco municípios e decidimos que a sede da agência será em Mirandela e ficará provisoriamente na Associação de Municípios da Terra Quente para que funcione já porque tem quadros suficientes para dar apoio a eventuais candidaturas que possam surgir e depois tentaremos ter uma sede definitiva recuperando a antiga estação” refere o autarca.

 

As assembleias municipais de Mirandela, Vila Flor, Carrazeda de Ansiães, Alijó e Murça já aprovaram a adesão a esta agência, bem como os estatutos, pelo que ainda este mês deverá começar a funcionar.

Esta agência vai gerir inicialmente um fundo de desenvolvimento regional de cerca de 20 milhões de euros.

A agência será constituída com um capital social repartido pelas cinco autarquias de área de abrangência da linha do Tua, que detêm 51% e dos restantes 49% pertencem à EDP.

 

A assembleia-geral vai nomear um director-executivo e a equipa ficará completa com uma administrativa e alguns técnicos.

Inicialmente, a agencia vai dispor de um fundo de desenvolvimento de vinte milhões de euros.

“Esse valor que será de 10 anos de antecipação da renda da EDP pela exploração da barragem que dá cerca de nove milhões de euros para projectos indutores de desenvolvimento e mais nove milhões de euros de adiantamento para explorar e tratar o parque natural que vai ser feito à volta da barragem” explica José Silvano. “A EDP fica com uma verba de 1,7 milhões para criação de auto-emprego e 500 mil euros para o funcionamento e montagem desta associação” acrescenta.

 

Para além deste fundo de desenvolvimento do vale do Tua, José Silvano explica o que está definido como plano de mobilidade alternativo à submersão de 16 quilómetros da linha do Tua, cujo custo ascende a 35 milhões de euros.

“Pressupõe comboio entre a estação e o coroamento da barragem, um funicular que liga a dois barcos para transporte de passageiros até à estação da Brunheda e depois comboio até Carvalhais” recorda.

 

Está ainda previsto que esta mobilidade seja explorada pela agência de desenvolvimento, sendo que no troço ferroviário entre Brunheda e Carvalhais vão circular automotoras cedidas pela CP.

“O metro deixa de fazer essa exploração, é extinto” afirma José Silvano. “Esta candidatura de 35 milhões de euros pressupõe obras em toda a linha para que ela tenha segurança e a cedência por parte da CP de carruagens que não sejam as do metro” adianta.

 

Esta medida vai implicar a extinção da empresa Metro de Mirandela, provavelmente em 2015, altura em que se prevê que a barragem esteja pronta.

Até lá, as automotoras do metro vão continuar a fazer a circulação entre Mirandela e o Cachão recebendo como contrapartida da CP 240 mil euros por ano, pelo serviço prestado.

Escrito por CIR