Administração do CHNE já ratificou transferência de cirurgião de Mirandela para Bragança

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Sex, 08/10/2010 - 18:15


O Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Nordeste já ratificou a proposta do departamento de cirurgia, de transferir o cirurgião que estava de prevenção em Mirandela, das 14 às 24 horas, para a Urgência médico-cirúrgica de Bragança.

A revelação foi feita hoje por Henrique Capelas, presidente do Conselho de Administração do CHNE.

 

“Face a esta situação e à proposta do serviço de cirurgia, que antes de falar com o Conselho, reuniu com todos os médicos do serviço, foi apresentada a proposta para que se mantivesse o regime que ele tinha definido antes das férias, com o qual o conselho concordou e ratificou, sem que isso configure o serviço de urgência de Mirandela.”

 

Henrique Capelas leu um comunicado, de cinco pontos, sublinhando que essa medida, tomada inicialmente há três meses, aconteceu devido à “escassez de médicos” e que o que está em causa é “apenas a transferência de um médico em regime de prevenção” para um regime de presença física em Bragança, um hospital com o dobro dos atendimentos de Mirandela e Macedo e que a Urgência de Mirandela vai continuar a funcionar.

 

Citou ainda o estudo feito, que aponta para apenas 0,2 doentes transferidos por dia, entre as 14 e as 24, de Mirandela para Bragança, no período de férias, e o parecer da Ordem dos Médicos favorável a esta decisão.

 

Henrique Capelas diz que não entende a polémica que envolve a esta transferência, até porque defende que não existe um mesmo serviço em cada um dos três hospitais.

 

“Aquando da constituição do CHNE os serviços foram unificados. Só existe um serviço de cirurgia no CHNE. Não existe um serviço de cirurgia de Mirandela nem um serviço de medicina de Macedo. Existe um só serviço e o seu director faz a alocação dos médicos da forma mais adequada para os tratamentos mais seguros aos utentes.”

 

Sobre as implicações que a transferência do cirurgião para Bragança acarreta para o estatuto de Urgência Médico-cirúrgica em Mirandela, o director clínico do CHNE, Sampaio da Veiga, remete para a tutela.

 

“O que importa é que os doentes tenham o tratamento mais adequado dentro do CHNE. Não é para dizer mais nada. O centro hospitalar foi criado para dar sustentabilidade no futuro e para isso tem de reorganizar os serviços, fundamentando nas propostas e orientações dos directores de serviço e que têm o apoio dos médicos”, diz. Quanto ao facto de esta decisão poder pôr em causa o estatuto de cirurgia médico-cirúrgica em Mirandela, Sampaio da Veiga remete para “quem criou a rede de emergência hospitalar”. “Nós só damos assistência aos doentes.” 

 

Quanto às críticas feitas pelo autarca de Mirandela, José Silvano, ao director da Cirurgia, do qual chegou mesmo a pedir a demissão, o próprio António Ferrão recusa responder.

 

“Não faço comentário nenhum porque não sou político, os políticos que se entendam. Sou um técnico de medicina. Não entramos em guerras partidárias, nem políticas nem administrativas. Só tratamos os doentes do distrito”, diz, “não cedemos a manipulações”.

 

O conselho de Administração do CHNE a confirmar a transferência do cirurgião que estava em regime de prevenção no hospital de Mirandela para Bragança.

Escrito por Brigantia