Qua, 22/10/2008 - 10:06
Segundo apuramos, a comissão de inquérito teve muita dificuldade em elaborar um relatório suficientemente conclusivo, tendo em conta que os pareceres solicitados a diversas entidades são muito ambíguos, apesar de se inclinarem para que o problema esteja na infra-estrutura.
Uma ligeira inclinação da via, no local onde aconteceu o descarrilamento, alegadamente provocada por um abatimento da linha, é a causa mais provável para que tenha ocorrido o acidente.
No entanto, a comissão de inquérito não encontra explicações para esta situação ter acontecido, admitindo-se vários cenários, que passam pela abertura de uma vala que a Refer fez junto à linha para a instalação de um cabo de fibra óptica, dois meses antes do acidente.
A falta de investimento na via-férrea, que pode ter levado a um estado de degradação tal que se foi acumulando com a passagem constante das máquinas de manutenção da linha e até das composições do Metro.
Isto porque, embora seja verdade que tem havido investimentos na linha do Tua, por parte da REFER, também é certo que têm sido direccionados para a eliminação de passagens de nível, introdução de fibra óptica, consolidação de aterros e trincheiras, e essencialmente entre Mirandela e Cachão, sendo que há mais de 15 anos o troço onde aconteceram os últimos acidentes não tem sido renovado.
A CP assegura que a automotora acidentada estava em perfeitas condições, tendo sido vistoriada no dia anterior ao descarrilamento. Já a REFER aponta para que o material circulante não seja o mais adequado para circular na linha.
Perante estas conclusões tão distintas entre os elementos da comissão de inquérito – composta pela CP, REFER e Metro de Mirandela – vai ser proposto a Mário Lino que sejam aprofundadas as causas, nomeadamente após a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) apresentar o seu relatório final, dado que apenas apresentou resultados preliminares.
Precisamente porque a faculdade de engenharia da universidade do Porto ainda necessita de mais um mês para a elaboração de um relatório final, não é de descurar a possibilidade do Ministro Mário Lino conceder mais um mês para um relatório mais conclusivo.