Qui, 29/01/2009 - 09:59
Mais de 90% dos alunos do Piaget de Macedo de Cavaleiros consome álcool com regularidade. O estudo é da docente e investigadora Cristina Pinto. A principal preocupação abrange as estudantes: o sexo feminino consome cada vez m ais álcool e mais tabaco.
87% dos estudantes do Piaget da zona norte, que inclui Macedo, Mirandela, Viseu e Gaia, consome álcool. No que diz respeito apenas aos alunos da instituição de Macedo de Cavaleiros, o número sobe, 91,58% consome álcool regularmente. Os números podem não constituir uma novidade, mas revelam uma situação preocupante. Para Cristina Pinto, a docente autora do estudo, as mulheres são motivo de maior alarme. “Vão ser futuras mães, vão tentar engravidar e estamos a falar de substâncias nocivas que podem trazer graves problemas nessas tentativas e para a própria saúde”, refere.
Esta não é uma situação exclusiva do Piaget. O objectivo do estudo passa precisamente pela comparação com os resultados de outros estudos semelhantes que estão a ser efectuados noutros estabelecimentos de ensino como as universidades de Coimbra e do Minho.
Mas o estudo não aborda apenas o álcool e o tabaco. O consumo estende-se também às substâncias ilícitas. “Também há um grande consumo relacionado com o cannabis, já que cerca de 88% dos alunos que afirma consumir drogas é esta a substância mais frequente”, avança Cristina Pinto.
De acordo com a investigadora o consumo inicia-se na adolescência. “Os rapazes começam a consumir entre os 10/15 anos e entre as mulheres é entre os 16/20 anos”, indica.
Outra das conclusões do estudo de Cristina Pinto esclarece que o consumo de álcool e outras substâncias está sobretudo relacionado com o convívio, ou seja, festas, jantares ou queimas das fitas. Mas para além da periodicidade, o estudo analisou ainda a quantidade e o tipo de bebidas ingeridas. A cerveja continua a ser a preferida dos estudantes. Os shot's vêm logo a seguir. “A cerveja é a bebida preferia, com 44%, e a seguir os shot’s, com 21%”, esclarece a investigadora.
O questionário foi aplicado a um universo de 1887 alunos.
No entanto, alguns proprietários de estabelecimentos nocturnos da cidade de Macedo contrariam, de alguma forma, os resultados do estudo. Falam em época de crise e em mudança de comportamentos. Afirmam mesmo que os estudantes cada vez saem menos e, por isso, bebem menos também.
“Estamos a atravessar uma fase de crise por isso optam muitas vezes em ficar por casa e sair mais tarde do que sair logo depois de jantar”, diz um dos proprietários. “Hoje em dia saem pouquíssimos, são no máximo 20 por noite, e se bebem devem beber em casa”, confirma um outro.
Escrito por CIR