Qui, 29/01/2009 - 10:07
O próximo concurso de colocação de professores pode afastar do distrito de Bragança cerca de 300 docentes.
O número é avançado pelo Sindicato de Professores do Norte.
Em 2009 o Ministério da Educação obriga que os professores afectos a um quadro de zona pedagógica concorram a mais do que uma zona.
Uma medida que, para o sindicalista José Domingues, vai atirar os professores para o litoral. “Todos os professores vão ser obrigados a concorrer a dois quadros de zona pedagógica e como aqui em Bragança não há condições para colocar todos os professores, o que vai acontecer é que esses colegas vão ser empurrados para o litoral”, explica. De acordo com o mesmo, a medida “vai criar graves problemas económicos porque segundo as nossas estimativas, isto irá colocar fora do distrito de Bragança cerca de 300 professores, ou seja, 300 famílias que vão abandonar Bragança”.
José Domingues não acredita que o ministério recue nesta matéria.
Mesmo assim, espera que as entidades civis estejam atentas. “O Ministério até pode dizer que vai negociar, mas depois não recua por isso acho que já não há grande volta a dar”, refere. “A esperança que tenho é que os deputados por Bragança, o governador civil, as câmaras municipais fiquem sensibilizadas com a situação”, acrescenta.
Irreversível para os futuros professores vai ser mesmo a prova de ingresso na carreira docente.
Os sindicatos não conseguiram que o ministério desistisse desta medida. “Um professor pode estar eternamente a trabalhar se quiser ser contratado, pois não precisa de ingressar na carreira, mas se por acaso quiser ingressar tem de fazer uma prova”, diz José Domingues. “Pode até ter sido aluno de 19, mas se no dia do exame estiver mal e tiver menos de 14 já não serve para ser professor”, protesta o sindicalista. “Isto é uma prova de desconfiança do ministério em relação ao ensino superior”, reclama ainda.
Quanto à polémica questão da avaliação de desempenho, ainda não vai interferir nos concursos dos docentes este ano. “O próximo concurso vai ser para quatro anos e o concurso é já para Fevereiro ou Março, por isso esta avaliação terá consequências daqui a 4 anos”, explica.
De acordo com José Domingues, nas escolas do distrito de Bragança, grande parte dos professores continua sem entregar os objectivos individuais. “A suspensão da avaliação é pessoal, mas aqui no distrito de Bragança, pelo levantamento que o sindicato tem feito a generalidade dos professores mantém a não entrega dos objectivos individuais”, revela.
Escrito por Brigantia